Justiça decreta prisão preventiva de seguranças que espancaram homem negro até a morte no RS

Em sentença, juiz de Porto Alegre destaca cena de vídeo com a surra que mostra João Alberto sendo agredido quando estava no chão

Seguranças do Carrefour espancam João Alberto Silveira Freitas em loja de Porto Alegre (Reprodução)
Seguranças do Carrefour espancam João Alberto Silveira Freitas em loja de Porto Alegre (Reprodução)
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O juiz Cristiano Vilhalba Flores determinou nesta sexta-feira (20) a prisão preventiva dos vigilantes do Carrefour que espancaram João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, que morreu após a surra. Magno Braz Borges e Giovane Gaspar Da Silva trabalhavam na loja da rede no bairro Passo da Areia, em Porto Alegre (RS) e já tinham sido presos em flagrante. Com a decisão do magistrado, a prisão não tem prazo para expirar.

Os dois vigilantes alegavam que a vítima tinha iniciado uma discussão e, por isso, foi abordada. A dupla leva então a vítima para fora da loja, perto da porta que dá acesso ao estacionamento.

Um vídeo que viralizou na internet mostra a agressão: João Alberto, no chão, recebe muitos socos na cabeça. Sangue é visto no chão. Ele chega a pedir ajuda da esposa, com quem tinha ido ao mercado, mas ela é impedida de chegar perto.

Em uma cena, um dos seguranças aparece com o joelho sobre o pescoço de João Alberto. A imagem lembra a do assassinato do homem negro George Floyd, morto por um policial durante uma abordagem e que deu origem a uma série de protestos antirracistas nos EUA. Assim como Floyd, João Alberto gritou: “Eu não consigo respirar”.

Na decisão em que decretou a prisão preventiva, o juiz escreveu: “Pela análise do vídeo do momento em que o evento se desenrolou, pode-se constatar que, em que pese possa o fato ter se iniciado por ato da vítima, a ação dos flagrados extrapola ao que se pode conceituar como necessária para a contenção desta, pois passaram a praticar, contra ela, agressões quando já ao solo”.

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