A cidade de Pirenópolis, conhecido destino turístico da cidade de Goiás, foi palco de mais um caso de carteirada, fenômeno tipicamente brasileiro, mas que parece ter se tornado mais comum desde a chegada de Jair Bolsonaro ao poder – e curiosamente, muitos dos protagonistas desses casos são eleitores do atual presidente.
A nova carteirada aconteceu neste fim de semana: a médica Fernanda Alice Coelho Quintian (26 anos) e seu namorado, o engenheiro Alan César da Silva Rosa Júnior (27 anos), são acusados de manter seu carro no meio da rua, bloqueando o trânsito. Estavam “visivelmente bêbados” segundo testemunhas ouvidas pela PM local.
Segundo relato de uma servidora pública da Prefeitura de Pirenópolis ao portal G1, funcionários da saúde pediram para o casal retirar o carro do meio da rua, mas a reação não foi nada amistosa: primeiro vieram os gritos e xingamentos aos servidores, depois resolveram atacar uma dos veículos da Prefeitura com chutes e golpes aos vidros e espelhos retrovisores.
“Vocês sabem com quem estão falando? Eu sou médica, minha mãe é juíza e meu pai é delegado. Vocês não sabem com quem estão se metendo”, teria dito a médica Fernanda Quintian, segundo a PM local.
A polícia local prendeu a médica e o engenheiro, denunciados pelos crimes de desacato, dano ao patrimônio público e por dirigir em estado de ebriedade. Eles foram soltos apenas na tarde desta segunda-feira (2), depois que cada um pagou fiança de 5 mil reais.
Segundo TV Anhanguera, a defesa do casal afirmou que eles não pretendem fazer qualquer comentário sobre o caso por enquanto. Eles também apagaram suas contas em redes sociais.
O caso se assemelha a outros casos de carteirada ocorridos recentemente, como o do desembargador santista Eduardo Siqueira, que agrediu um guarda municipal de Santos para evitar ser multado por não usar máscara de proteção obrigatória quando andava pela praia, em julho.
Também houve o caso de Nívea del Maestro e seu marido, o engenheiro Leonarod Barros, que tentaram intimidar um fiscal que foi orientado a fechar um bar que não respeitava as regras de distanciamento social no Rio de Janeiro.
Ah, também no Rio de Janeiro, mas em agosto, a estudante de Cinema Lívia de Santis ameaçou trabalhadores de um quiosque da praia do Leblon dizendo que “meu pai é juiz, é um homem poderoso” – na verdade, o pai era geólogo, e pediu desculpas aos agredidos pelo comportamento da filha.
Enfim, são só alguns exemplos, paramos por aqui porque se lembrarmos de todos esta matéria vira um livro.