Em março deste ano, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, publicou um despacho que flexibilizou as normas para a exportação de madeira brasileira. Segundo ambientalistas, a decisão facilitou a exportação de madeira ilegal.
O pedido partiu de madeireiros do Pará, que queriam vender madeira para o exterior apresentando apenas o documento de origem florestal (DOF), feito pelas próprias empresas. O argumento do setor era de que estaria deixando de vender por conta dessa que seria uma exigência internacional.
Entidades ambientalistas como Greenpeace Brasil, Instituto Socioambiental e Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente chegaram a acionar a Justiça em junho contra a decisão do Ibama. As informações são do G1.
Ambientalistas afirmam que o governo contrariou laudos técnicos para suspender a norma, que estava em vigor há nove anos e garantia o controle da exportação de cargas de madeira retirada das florestas.
Nesta terça-feira (17), o presidente do Ibama voltou a defender a suspensão da norma. "A fiscalização amostral era regra anterior e continua sendo regra agora. Nada mudou. Não existe uma diminuição do esforço de fiscalização. Ao contrário, como eu digo, hoje, uma ou duas vezes por semana, a Diretoria de Biodiversidade do Ibama aqui na sede manda os relatórios das contas para possibilitar uma fiscalização com inteligência", declarou.
Nesse mesmo dia, o presidente Jair Bolsonaro afirmou em discurso na XII Cúpula do Brics que vai divulgar uma lista de países que compram madeira ilegal do Brasil, mas que criticam o país por conta do desmatamento.