O defensor público Jovino Bento Júnior, autor da ação pública contra a Magazine Luiza por ter criado um programa de trainees exclusivo para pessoas negras, consta como apoiador de uma ideia legislativa que pede a revogação do caráter de patrono da educação nacional de Paulo Freire. De acordo com a proposta, levada ao Senado em 2019, o educador é "de esquerda" e produziu um método "catastrófico".
"Paulo Freire é considerado filosofo de esquerda e seu método de educação se baseia na luta de classes, o socio construtivismo é a materialização do marxismo cultural, os resultados são catastróficos e tal método já demonstrou em todas as avaliações internacionais que é um fracasso retumbante", diz a descrição do projeto.
"O professor Pierluigi Piazzi já alertava para o fracasso do método e vemos na pratica o declínio da educação brasileira, não é possível manter como patrono da nossa educação o responsável pelo método que levou a educação brasileira para o buraco", continua. No período de 27 de março a 11 de abril do ano passado, a proposta teve mais de 20 mil assinaturas.
A ação pública de Jovino contra a Magazine Luiza foi protocolada nesta segunda-feira (5) e pede R$ 10 milhões por danos morais coletivos. Na ação, ele diz que o processo seletivo é racista e o classificou como “marketing de lacração” para “ganho político”. Ainda segundo o defensor, o programa discrimina trabalhadores brancos e de outras etnias, inviabilizando o acesso dos mesmos ao mercado de trabalho.
“A ação levada a efeito pela ré se insere no conceito de marketing de lacração e visa, com isso, ganho político, num primeiro momento, para, em seguida, ampliar seus lucros e sua faixa de mercado em magnitude sem precedentes históricos e representando risco à democracia a médio prazo”, diz a ação.