Depois de três meses, Bolsonaro oficializa uso da Força Nacional nos incêndios no Pantanal

Governo enviou 40 bombeiros para atuar no MS por um mês. Queimadas já destruíram mais de 2 milhões de hectares do bioma

Pantanal em chamas - Foto: Ernane Júnior/Facebook
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O governo de Jair Bolsonaro publicou uma portaria nesta segunda-feira (5) que autoriza o uso da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) no Mato Grosso do Sul para atuar no combate aos incêndios no Pantanal. Os bombeiros devem atuar na região por 30 dias, prazo que poderá ser prorrogado.

No domingo (4), o governo enviou 40 bombeiros e 12 viaturas para o estado. De acordo com o Congresso em Foco, o esforço atende ao pedido do governador do MS, Reinaldo Azambuja (PSDB).

Além do apoio no combate aos incêndios, os agentes também devem prestar assistência às famílias ribeirinhas que estão à margem do Rio Paraguai e tiveram suas residências atingidas pelo fogo. Eles também devem apoiar o trabalho no posto de atendimento de emergência a animais silvestres juntamente com Defesa Civil, Polícia Ambiental, voluntários, biólogos, médicos veterinários, entre outros.

O envio ocorre cerca de três meses após os primeiros recordes históricos de queimadas registrados no bioma em 2020. Em julho, o número de queimadas no Pantanal foi o maior para o mês desde que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) começou a coletar os dados em 1998.

No dia 16 de julho, o Ministério do Meio Ambiente chegou a publicar um decreto que suspendeu por 120 dias o uso de fogo no Pantanal e Amazônia. A norma, no entanto, não impediu o aumento dos focos de incêndio, que já destruíram mais de 2 milhões de hectares no bioma mato-grossense.

Ausência de militares

Deputados e senadores que integram a Comissão Externa do Congresso Nacional voltada para o enfrentamento dos incêndios no Pantanal denunciaram nas últimas semanas a omissão do Estado no combate às queimadas. Em setembro, parlamentares identificaram apenas 172 pessoas de todas as instituições oficiais operando na região.

O número englobava agentes federais, estaduais e municipais, além de integrantes de entidades de proteção à natureza. Ou seja, brigadistas, bombeiros, militares do Exército e da Marinha, entre outros.

Em entrevista à TV Câmara, a deputada Rosa Neide (PT-MT) confirmou o baixo número de agentes atuando na região. “O que mais nos surpreende é que, se não vier efetivamente chuva, o número de pessoas pelos governos à frente do combate não dão conta, são 172 pessoas em uma área muito grande. É impossível apagar o fogo com esse número de pessoas”, disse.