O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira (16) que a força-tarefa montada pela área de segurança para recapturar o traficante André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, vai custar R$ 2 milhões ao estado.
“A despesa para recuperar o fugitivo André do Rap, que foi liberado por um habeas corpus do ministro Marco Aurélio Mello, representa para os cofres públicos de São Paulo cerca de R$ 2 milhões. Me dá vontade inclusive de mandar a conta pro ministro”, afirmou.
O governador afirmou que a força-tarefa inclui agentes das polícias Civil, Militar e Científica. Além de São Paulo, agentes da Polícia Federal, e as polícias civis do Paraná e Santa Catarina continuam atrás do traficante.
Apontado um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), André do Rap saiu da penitenciária no último sábado (10), após o habeas corpus de Marco Aurélio Mello. Na noite do mesmo dia, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, cassou a decisão do colega de corte. Mas o traficante já havia fugido.
A decisão de Marco Aurélio se baseou em artigo aprovado no pacote anticrime do governo Bolsonaro. Ele prevê que, em caso de prisão preventiva, o juiz do caso precisa renovar a cada 90 dias a decisão que prevê a necessidade da detenção. O dispositivo foi incluído na legislação pelo deputado bolsonarista Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).
O criminoso saiu da penitenciária na manhã de sábado. Na noite do mesmo dia, Fux cassou o habeas corpus concedido pelo colega de corte
Polêmica na corte
A decisão de Fux levou Marco Aurélio a reagir, dizendo que era uma “autofagia” na corte. Ele lembrou que, apesar de presidente do STF, Fux não é superior a ele.
O presidente do STF, então, levou o julgamento ao plenário. Por 9 votos a 1, a decisão de Fux foi mantida, mas com questionamentos sobre sua atitude de ter cassado o habeas corpus do de Marco Aurélio.