Plano de recuperação da Ricardo Eletro propõe pagamento antecipado de créditos trabalhistas

Varejista prevê pagar até R$ 4 mil por trabalhador de maneira “imediata”, dependendo apenas da liberação de bloqueios fiscais; saldo remanescente seria quitado em até 12 meses

Fachada de loja da Ricardo Eletro (Foto Reprodução / Internet)
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O plano de recuperação judicial da Ricardo Eletro, apresentado nesta terça-feira (13) à Justiça, prevê o pagamento antecipado de créditos trabalhistas a cerca de 3 mil ex-funcionários.

A minuta foi levada pela Máquina de Vendas, controladora da rede varejista, à 1ª Vara de Falências e Recuperações de São Paulo. A Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da empresa em agosto.

Esse pagamento antecipado, de acordo com o texto apresentado, nem dependeria da assembleia de credores. Ele pode ser realizado após a liberação de bloqueios fiscais. Outros 5 mil trabalhadores também podem ser beneficiados.

Ele é chamado de pagamento imediato e se aplica a valores de até R$ 4 mil. Para receber esse crédito, os trabalhadores deverão preencher um termo de adesão.

Os saldos remanescentes – aqueles que ficarem acima dos R$ 4 mil - , pela proposta, serão pagos em até 12 meses, respeitado o teto de 150 salários mínimos por trabalhador. Haverá uma tabela progressiva de deságio, para não prejudicar os trabalhadores que têm menos a receber.

Segundo a Máquina de Vendas, imóveis poderão ser utilizados para acelerar o pagamento de credores com garantia real e quirografários (sem garantia), respeitada a prioridade dos créditos trabalhistas. 

Fundador investigado

Em julho, o fundador da Ricardo Eletro, o empresário Ricardo Nunes, foi preso pela Polícia Federal, em operação que tinha por objetivo combater sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Além dele, foram presos também sua filha, Laura Nunes, e seu irmão, Rodrigo Nunes.

A ação foi batizada de Direto com o Dono. A investigação da força-tarefa composta por Promotoria de Minas, Polícia Civil e Secretaria da Fazenda aponta sonegação fiscal de R$ 387 milhões, entre 2014 2019, e lavagem de dinheiro em empresas controladas por Nunes.

No dia seguinte à sua prisão, Ricardo foi libertado, após prestar depoimento por cerca de três horas. Segundo a defesa dele, a prisão foi revogada por decisão judicial. 

A Ricardo Eletro faz parte do grupo de empresas que defendem ou já defenderam o presidente Jair Bolsonaro, junto com Centauro, Havan, Smart Fit, entre outras.

*Com informações do Conjur