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Em reportagem publicada neste domingo (12), o jornal Folha de S. Paulo compara a atuação de grupos criminosos em comunidades na periferia de São Paulo com o trabalho de lideranças de movimentos sem-tet0. De acordo com o veículo, ambos os grupos atuaram juntos em ocupações, extorquindo moradores. No entanto, para Raimundo Bonfim, advogado e coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), a reportagem é clara tentativa de criminalizar os movimentos sem-teto.
"É um desserviço", afirmou Bonfim. "Queremos repudiar essa tentativa de criminalizar os movimentos sem-teto a partir da comparação com grupos organizados".
"É lamentável, o que inclusive levou a perseguição e instauração de inquérito contra várias lideranças do movimento no centro de São Paulo, contra a Carmen, contra sua filha Preta Ferreira. Mais uma vez, sem provas, tentam associar a atuação de um dos mais importantes movimentos de sem-teto com grupos criminosos", continuou.
Na reportagem, a Folha alega que "Manolo", líder do PCC, estava envolvido em investigações da Polícia Civil na ocupação do Cine Marrocos, em agosto de 2016.
"Segundo a polícia, líderes de sem-teto que ocupavam o prédio, na região central, faziam cobrança de mensalidades das famílias, ao mesmo tempo que ajudavam integrantes do PCC no comércio de drogas na cracolândia e na região da Galeria do Rock", diz o texto.
"Situação semelhante foi encontrada em nova investigação iniciada pela polícia em 2018, após o desabamento do prédio Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, que deixou nove mortes", diz outro trecho.