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Atualizado em 13/01/2020 às 17h28
Ambientalistas estão denunciando a implantação de um terminal da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) no Largo do Caneu, canal de acesso ao Porto de Santos, onde ficarão atracados "navios-bomba" de transporte de gás que podem colocar em risco a vida de milhares de pessoas.
De acordo com os especialistas, o terminal será uma plataforma na qual ficarão atracados navios com tanques capazes de transportar 85 mil toneladas de gás liquefeito e outros vaporizadores. A denúncia diz, no entanto, que a posição estreita do canal de navegação facilita choques entre embarcações.
Outro ponto da denúncia é o traçado das tubulações de gás que farão o transporte do material. Especialistas dizem que a passagem é alvo de constantes dragagens. "Além disso, a tubulação passará ao lado de empresas e comunidades, sobretudo no Jardim Costa e Silva (Cubatão). Não pode ser aceitável expor populações urbanas a esse risco", apontam os especialistas em documento enviado aos ministérios públicos.
Os ambientalistas também comentam que o transporte do gás poderá afetar outros depósitos de combustíveis e produtos químicos. Em caso de vazamentos, uma enorme bola de fogo pode se formar, atingindo quilômetros e causando inúmeras mortes. "Um projeto com esse potencial de risco de destruição não pode ter, no Centro da Cidade de Santos, um atracadouro de navios-bomba. É preciso afastar este terminal de descarga e a passagem desses navios em centros urbanos", alertam.
A assessoria de imprensa da Comgás enviou em nota à Fórum o posicionamento da empresa, onde diz que "o terminal de GNL é uma tecnologia segura, amplamente utilizada em todos os continentes do mundo há mais de 50 anos, sem registro de incidentes. Há centenas de terminais em operação em países como Estados Unidos, Japão, Coréia, França, Finlândia, Espanha e Holanda. O Brasil já possui quatro terminais em operação, no Rio de Janeiro, Sergipe, Bahia e Ceará. Há ainda outros dois projetos licenciados em implementação, além de outros em estudo".
Diz ainda que "todos os terminais existentes no mundo estão operando em áreas marítimas abrigadas, próximas aos centros de consumo de energia. No Estado de São Paulo, onde a demanda de energia tende a aumentar, Santos figura como única localidade realmente viável, além de segura, para a implementação desta solução".