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A operação comandada pelo prefeito Marcelo Crivella de caçar livros que supostamente teriam conteúdo pornográfico voltado para crianças acabou reconhecendo o óbvio: esses livros não estão presentes na Bienal do Rio. Segundo os fiscais, o que foi alardeado não foi encontrado e não há previsões de uma nova operação.
O subsecretário de operações da Secretaria Municipal de Ordem Pública, o coronel Wolney Dias, ex-comandante da Polícia Militar, foi o responsável pela missão de procurar livros infanto-juvenis com conteúdo pornográfico. No entanto, ao final da operação, ele constatou que isso não foi encontrado.
Questionado sobre o que achou na Bienal, ele foi direto: “Muitos livros”. A prefeitura, então, informou que não foi achado pelo operativo nenhum livro pornográfico para menores de idade e que não há nova visita programada ao evento.
A polêmica começou na noite de quinta-feira, quando Crivella postou um vídeo em que dizia ter determinado aos organizadores do evento que recolhessem livros “com conteúdos impróprios para menores”. O alvo principal foi a história em quadrinhos da Marvel “Vingadores – a cruzada das crianças”. A publicação, que traz um beijo entre dois heróis, esgotou após a “ordem” de Crivella.
A tentativa de censura não foi aceita e organizadora, GL eventos, editoras e escritores se rebelaram contra a determinação autoritária para com livros de temática LGBT e não aceitaram determinações como a de lacrar e colocar "+18" em publicações com esse conteúdo. Segundo Leonardo Antan, autor de contos e romances LGBT, os leitores não se abalaram com a tentativa de cerceamento imposto por Crivella e o público agiu como nos outros dias da Bienal.