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Por Sul 21
Em assembleias realizadas ao longo da última semana em seis campi, a comunidade acadêmica da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS) aprovou por 94,22% o pedido de destituição de Marcelo Recktenvald, nomeado reitor em 30 de agosto pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), mesmo ele tendo sido apenas o terceiro colocado na eleição interna. Por esse motivo, a comunidade acadêmica considera Recktenvald como um interventor. O Conselho Universitário da UFFS, órgão máximo deliberativo da instituição, deverá votar nos próximos dias o pedido de destituição e, se aprovado, encaminhá-lo para o Ministério da Educação.
No total, votaram na consulta sobre a destituição 1.733 estudantes, técnicos e professores dos campi de Chapecó (SC), Realeza (PR), Laranjeiras do Sul (PR), Cerro Largo (RS), Erechim (RS) e Passo Fundo (RS). Destes, 1.633 votaram favoráveis à destituição de Marcelo Recktenvald. Os votos contrários somaram 70, sendo 4,39% do total. Ainda, houve 19 abstenções (1,09%), 7 votos nulos (0,40%) e 4 brancos (0,23%). Em Chapecó, maior campus da UFFS, foram 768 votantes, sendo 753 votos favoráveis, o que representa 98,04% dos participantes. Foram 9 votos contrários, 4 abstenções e 2 nulos. As assembleias foram realizadas nos dias 25 e 26 de setembro.
Como resposta à nomeação de Recktenvald, cerca de 200 estudantes ocuparam o prédio da reitoria, localizado em Chapecó, ainda no dia 30. Ele entrou com pedido de reintegração de posse do prédio, o qual foi negado pela juíza responsável pelo caso. Dias depois, o Conselho Universitário intermediou a negociação entre os ocupantes e a reitoria, para promover a desocupação do prédio de forma amigável, o que ocorreu no dia 18 de setembro. Como contrapartida, o Conselho se comprometeu a deliberar sobre o pedido de destituição de Recktenvald e a convocar assembleias em todos os campi para a comunidade acadêmica se manifestar sobre a questão.
Recktenvald obteve 21% dos votos na eleição interna para a reitoria da UFFS. O primeiro colocado foi o professor Anderson Alves Ribeiro, que disputou o segundo turno da consulta com o professor Antônio Andrioli. A comunidade acadêmica considerou a decisão de Bolsonaro de nomear o terceiro colocado como uma violação do artigo 207 da Constituição, que trata da autonomia universitária.