Witzel quer criar cartilha para orientar moradores de favelas durante operações policiais

Além da cartilha, Witzel também pretende fazer simulações em favelas e colocar policiais em escolas para orientar alunos e professores durante as operações

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, reafirmou nesta segunda-feira (23) a sua intenção de distribuir uma cartilha que dará instruções a moradores de favelas de como agir durante operações policiais. Após o lançamento do material, previsto para este ano, Witzel prometeu “intensificar o confronto com criminosos”. Uma fonte do Conselho de Segurança, em entrevista ao jornal O Globo, revelou que o governo também pretende fazer simulações em favelas. Ainda, está no planejamento de Witzel colocar policiais em escolas para orientar alunos e professores durante as operações. "Estamos criando um plano de segurança para a redução de danos e orientação à população. Ele vai ser lançado este ano ainda. É quando vamos intensificar o confronto com criminosos", disse. Em seguida, o governador comparou a situação com a Segunda Guerra e o nazismo. "Na Segunda Guerra, no combate ao nazismo, os ingleses iam para debaixo da terra ao toque da sirene, para que os bombardeios não atingissem a população. Poucos ingleses morreram em razão disso. Estamos elaborando uma cartilha sobre como moradores de comunidades devem proceder em caso de confronto e ocupação", continuou. Guerra às drogas Um dos argumentos do governador para persistir nas operações policiais nas favelas é o combate ao "narcotráfico". Witzel também alega que pessoas que “fumam maconha e cheiram cocaína” são diretamente responsáveis por tragédias como o assassinato de Ágatha Félix, de 8 anos. O coronel da Polícia Militar do Rio, Rogério Figueiredo, disse em coletiva de imprensa nesta segunda (23) que o caso de Ágatha se trata de um ato isolado e que as autoridades deverão investigar o ocorrido. No entanto, Ágatha é a quinta criança assassinada em operação policial no Rio de Janeiro só neste ano. Ainda, de acordo com a plataforma Fogo Cruzado, outras 14 foram baleadas na região metropolitana do Rio durante o governo Witzel.