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Felipe Neto, considerado o principal influenciador digital brasileiro, foi mais um que veio à público para cobrar um posicionamento de autoridades com relação ao assassinato de Ágatha Félix, criança de 8 anos morta por um tiro de fuzil disparado por um policial no Morro do Alemão (RJ). O caso chocou o país, que assiste atônito à escalada de mortes em comunidades cariocas em meio a política de repressão encampada pelo governador Wilson Witzel. Tanto o chefe do Executivo do Rio de Janeiro quanto o presidente Jair Bolsonaro, até o início da manhã de domingo (22), não haviam se pronunciado sobre o caso.
"Quando o assunto foi um beijo numa HQ, os líderes políticos se levantaram em uníssono gritando por moral e bons costumes. Agora uma criança foi morta por um policial. Cadê o PSL? Silas Malafaia? Feliciano? Witzel? Moro? Crivella? CADÊ A PORRA DO PRESIDENTE E SUA PROLE DOENTIA?", escreveu Felipe Neto, na madrugada deste domingo (22), em seu Twitter. Ele foi o responsável por comprar mais de 10 mil livros com temática LGBT e distribuí-los ao público após a tentativa de censura encampada pelo prefeito Marcelo Crivella na Bienal do Rio.
"Um policial matar uma criança não gera qualquer comentário do PSL, do Presidente, do Governador ou do Prefeito. Isso só vai acontecer se dois PMs homens se beijarem em público", prosseguiu o youtuber. Silêncio ensurdecedor Em meio às cobranças para que Jair Bolsonaro se pronuncie sobre o casso – gesto esperado para o cargo que ocupa -, chamou a atenção a “cutucada” do deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP). Recentemente expulso do PSL, o ex-ator não perde a oportunidade de criticar o governo e o próprio Bolsonaro. “Presidente da República mantém silêncio no caso da menina morta com tiro de fuzil . Deve estar decorando o texto da ONU”, escreveu Frota. Durante todo o sábado (21), diversas foram as manifestações sobre o assassinato de Agatha. Um ato foi realizado no Complexo do Alemão, onde a criança foi morta, a hashtag #ACulpaEDoWitzel ganhou destaque nas redes sociais e uma manifestação em frente à ALERJ foi convocada para a próxima segunda-feira.Quando o assunto foi um beijo numa HQ, os líderes políticos se levantaram em uníssono gritando por moral e bons costumes.
Agora uma criança foi morta por um policial. Cadê o PSL? Silas Malafaia? Feliciano? Witzel? Moro? Crivella? CADÊ A PORRA DO PRESIDENTE E SUA PROLE DOENTIA? — Felipe Neto (@felipeneto) September 22, 2019
Bolsonaro não comentou sobre o episódio. Ele fez três postagens em suas rede sociais e, em uma delas, exalta o Exército. “O Exército sempre trabalhando também no fim de semana! Mais um serviço asfático em ritmo acelerado. Retirada de toda a camada antiga e deteriorada e aplicação de novo revestimento na revitalização de uma das regiões turísticas mais populares de Santa Catarina (Urubici)”, postou.
O jornalista Ricardo Noblat, da Veja, questionou quem iria parar o “louco do Witzel” e o candidato à presidência pelo PT em 2018, Fernando Haddad, chegou a pedir o impeachment do governador, que ele chamou de assassino.
A morte de Agatha se soma às inúmeras outras, principalmente de negros e pobres moradores de comunidades, que vêm aumentando desde que Wilson Witzel assumiu como governador do Rio de Janeiro. Witzel é entusiasta de uma política de segurança agressiva, e causou polêmica ainda no ano passado, quando disse que a polícia sob seu comando vai “mirar na cabecinha e fogo”. Ele já chegou, inclusive, a lamentar por não poder disparar mísseis em comunidades do Rio.