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Uma operação realizada pelo Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), da Polícia Militar do Rio de Janeiro, na favela do Jacarezinho atormentou moradores na manhã desta segunda-feira (16) e deixou ao menos quatro mortos. Dando seguimento à política higienista de Wilson Witzel (PSC), uma das cenas da invasão, flagrada pelo Globocop, da TV Globo, mostra abuso de autoridade de um policial que resolve dar socos na cabeça de um jovem negro considerado suspeito enquanto o rapaz estava imobilizado.
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Moradores afirmam que ouviram tiros desde as 5h30 da manhã, o que gerou pânico e ainda interrompeu a circulação de trens de uma das linhas da SuperVia. "As pessoas estão com pavor de sair. O helicóptero sobrevoou a região muito baixo. Apesar da rotina de medo, eu fico horrorizado com isso", disse um morador a Ana Carolina Torres e Diego Amorim, do Jornal Extra.
"É tiroteio todo dia, sempre de manhã. Eu não consigo sair de casa para trabalhar, já perdi até emprego por causa disso. Hoje vai ser mais um dia. Pego às 9h no Leblon, são 8h15 e eu ainda estou aqui no ponto de ônibus. Só agora acalmou e consegui sair de casa mais tranquilo", contou outro morador aos repórteres do Extra.
A política de segurança do governador Wilson Witzel tem registrado um número de mortos em operações policiais superior aos anos anteriores. O ex-deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) condenou o governador pelas quatro mortes registradas nesta segunda-feira. "Mais 4 mortos em operação no Jacarezinho. PMs do Choque flagrados em abuso de autoridade. Em 7 meses, a polícia matou 1.075 pessoas no RJ. Witzel legitima o extermínio como política de Estado criminoso", tuitou.
Além do medo causado pela operação, uma cena chamou a atenção. Um policial aparece dando "cascudos" em um jovem detido, atitude considerada abuso de autoridade. O PM foi preso e pode ser punido. “Não há por que dar cascudo em ninguém na favela. Policial não é pai, nem pode usar a força dessa forma", foi o que declarou o comandante do BPChoque, o coronel André Batista.
A deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ), presidenta da Comissão de Direitos Humanos da ALERJ, condenou o episódio, mas disse que ele é mais comum do que se imagina. "Imagens mostram um jovem negro sendo torturado. Ele estava imobilizado e recebeu cascudos no meio da rua. Essas situações se repetem nas favelas do Rio de Janeiro diariamente. Imaginem uma mãe assistindo uma cena dessas. Absurdo!", declarou.
https://twitter.com/FavelaCaiunoFC/status/1173576211035017218
https://twitter.com/renatasouzario/status/1173582293547573251
https://twitter.com/50ChicoAlencar/status/1173639508476223488