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A pecuarista Nair Petry Silveira, conhecida como Nair Brizola, que acusou os servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de serem os autores do "Dia do Fogo" em Altamira, no Pará, recebeu uma multa de R$ 1 milhão dias antes do ocorrido por, supostamente, “destruir 70,93 hectares de floresta do bioma amazônico mediante uso do fogo”. Penalidade teria ocorrido dentro da Reserva Biológica da Serra do Cachimbo, umas das unidades de conservação mais desmatadas do Pará.
Além de pecuarista, Nair Brizola também foi candidata a vereadora pelo PSDB em Guarantã do Norte (MT) e já teve uma motosserra apreendida avaliada em R$ 1 mil. A ação de fiscalização que resultou na multa e embargo da fazenda da pecuarista contou com o apoio da Força Nacional.
A pecuarista teria alertado uma equipe do Globo Rural, que fazia reportagem na região atingida pelo fogo, de que a queimada teria sido causada por um homem que chegou ao local em uma caminhonete com logo do ICMBio. A matéria do Globo Rural acusando os funcionários do Instituto foi repercutida pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), que exigiu a investigação do caso.
[caption id="attachment_185287" align="alignnone" width="523"] Documento que mostra a multa de Nair por queimadas. (Foto: DCM)[/caption]
"Dia do Fogo"
Neste domingo (25), uma reportagem da revista Globo Rural revelou que três dias antes do conluio por Whatsapp entre mais de 70 ruralistas da região de Altamira, no Pará, para atear fogo na Floresta Amazônica em 10 de agosto, o Ibama, órgão do Ministério do Meio Ambiente, recebeu um alerta do Ministério Público Federal sobre a ação, chamada “Dia do Fogo”.
Segundo a reportagem, a resposta do Ibama ao MPF, datada do dia 12 e assinada por Roberto Victor Lacava e Silva, gerente executivo substituto do instituto, informa que as ações de fiscalização estavam prejudicadas por “envolverem riscos relacionados à segurança das equipes em campo”. O documento diz ainda que já haviam sido “expedidos ofícios solicitando o apoio da Força Nacional de Segurança”, ignorados até então pelo ministro da Justiça, Sergio Moro.