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Documentos revelam ações suspeitas dos principais protagonistas do caso Itaipu, nebuloso acordo secreto entre os governos Jair Bolsonaro e Mario Abdo, do Paraguai. Ambas são movimentações societárias e ocorreram em datas próximas, antes das eleições de 2018. As informações são da Agência Sportlight.
Pivô do caso Itaipu, o suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP), Alexandre Giordano, desvinculou-se da empresa que tinha no Brasil poucos dias depois de se filiar ao PSL, em 16 de abril de 2018. Giordano retirou seu nome da Enfermade Empresa Brasileira de Bioenergia e a passou ao filho de 17 anos, Lucca Giordano, emancipado pelo pai em registro no cartório. O endereço da empresa é o mesmo do diretório do PSL na capital paulista.
Enquanto isso, Kléber Ferreira e Adriano Tadeu Deguirmendjian, sócios do Grupo Léros, que comercializa energia, abriram empresa offshore no Panamá quatro dias antes das eleições de 2018, em 3 de outubro de 2018. Não é crime ter empresa no exterior, desde que declarada à Receita Federal. No entanto, quando utilizadas para fins ilícitos, empresas offshore funcionam para ocultação de patrimônio, ficando em nome de parceiros ou laranjas, sonegar tributos, enviar para o exterior bens de origens ilícitas ou fazer com que capital ganho em transações ilícitas no exterior nem passe pelo Brasil.
Tanto Kléber Ferreira quanto Alexandre Giordano estiveram juntos em praticamente todas as negociações com o governo do Paraguai das cláusulas da Usina hidrelétrica binacional. Reportagens da imprensa paraguaia revelaram conversas via WhatsApp de autoridades paraguaias falando em negócios privilegiados para a Léros por indicação de Alexandre Giordano e citam que família Bolsonaro estava por trás da empresa.
No acordo entre a Léros e o governo paraguaio, um dos termos – classificado pela mídia paraguaia como item 6 – teria sido excluído para beneficiar a empresa brasileira, do setor de energia. O “item 6” estava no projeto original do acordo e dizia que a Administración Nacional de Electricidad (ANDE), do Paraguai, poderia comercializar energia excedente no mercado brasileiro, afetando os negócios da Léros. Técnicos da estatal paraguaia Ande reclamam não ter participado das reuniões que decidiram o acordo, beneficiando apenas o comércio brasileiro.
[caption id="" align="alignnone" width="482"] Documento que mostra a abertura de empresa offshore por Kléber Ferreira no Panamá. (Foto: Agência Sportlight)[/caption]