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Jair Bolsonaro e a sua ira não podem reescrever a história. Tudo o que ele fala sobre o período da ditadura militar, que governou o país durante 21 anos, é distorção dos fatos ou mentiras. Em sua edição 19, o Fórumcast, o podcast da Revista Fórum, ouviu vítimas e testemunhas das torturas e assassinatos cometidos pela ditadura, entre elas, Maria Amélia de Almeida Teles.
Amelinha, como é conhecida, foi presa junto com seu marido e outro militante de oposição à ditadura militar em dezembro de 1972, em São Paulo. A prisão se deu porque Maria Amélia e os outros militantes seriam os responsáveis por gerir uma gráfica do PCdoB. Torturada por Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais nomes da repressão no período e militar endeusado por Jair Bolsonaro, Amelinha sofreu diversas violências físicas e psicológicas, inclusive em frente aos filhos de quatro e cinco anos de idade.
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"Enquanto torturavam a gente, foram até a minha casa buscar meus filhos e minha irmã grávida. Nesse momento, eu estava em uma sala na parte de cima da operação bandeirantes na 'cadeira de dragão', que tem os braços com fios, sempre nua. Estava bastante machucada e cheia de hematomas. Minha filha, com 5 anos, e meu filho, com 4, foram levados até lá para que me vissem. Me perguntaram porque eu estava azul e o pai deles verde. Olhei para o meu corpo e vi o quanto estava roxa pelos hematomas", contou Amelinha.
Apesar das investidas do presidente Jair Bolsonaro em desmentir e reescrever as histórias de tortura e repressão na ditadura militar brasileira, o período deixou marcas difíceis de serem apagadas. São diversos os relatos de violência e tortura contra crianças, jovens e adultos durante os 21 anos que o regime esteve em vigência no país. Este e outros casos de testemunhas da tortura e da morte provocadas pela ditadura militar no Brasil estão disponíveis no FórumCast, podcast da Fórum.