Após mobilização, reitora nomeada pelo MEC empossa diretores de faculdades eleitos na UFGD

Na avaliação do reitor eleito, Etienne Biasotto, ato simboliza importante vitória da autonomia universitária e só se deu pela intensa pressão da comunidade acadêmica

Foto: Divulgação
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Em solenidade nesta quinta-feira (4), a reitora “pró-tempore” (provisória), designada pelo Ministério da Educação (MEC) para a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no Mato Groso do Sul, Mirlene Damázio, empossou os diretores eleitos para nove faculdades da instituição. O ato, que até então não havia sido garantido pela docente, foi alvo de grande polêmica na primeira reunião do Conselho Universitário (Couni) presidida por ela, na última terça-feira (2). Com uma extensa pauta de pontos a serem discutidos, a sessão do Couni – órgão deliberativo máximo da universidade – teve como destaque a discussão em torno da posse dos diretores eleitos, já que os mandatos dos então gestores das faculdades se encerraria na quarta-feira (3). Os professores eleitos, inclusive, já estavam devidamente nomeados via Portaria Nº 563/2019, de 10 de junho de 2019, publicada no Boletim de Serviço da UFGD pela gestão anterior. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo O debate foi intenso após diversos questionamentos feitos por conselheiros não serem respondidos pela “pró-tempore”, e culminou em uma proposição feita pelo então conselheiro e reitor eleito Etienne Biasotto, que colocou em discussão e votação o agendamento de data e hora para a cerimônia da posse, com a garantia de que os professores devidamente eleitos em suas faculdades fossem empossados. A reitora “pró-tempore” tentou, por várias vezes, modificar o teor da proposição, alegando que teria como prerrogativa de seu cargo dialogar previamente com cada um dos professores eleitos para as direções, assim como com os outros candidatos que não venceram os pleitos, e, ainda, com os docentes que compuseram as listas tríplices de cada faculdade, mas não participaram das eleições. Após protestos de docentes, técnicos-administrativos e estudantes da graduação e da pós-graduação, não houve alteração da proposição, que foi votada e aprovada pela maioria dos votos dos conselheiros. Ficou, então, definido que a posse dos diretores eleitos seria realizada em 4 de julho de 2019, às 8 horas, no cineauditório da Unidade 1. “Mesmo com a deliberação via Couni, a reitora designada pelo MEC insistiu em afirmar que poderia ou não empossar os vencedores das eleições das faculdades, alegando que, primeiramente, precisava conversar com eleitos e não eleitos, gerando um clima de grande instabilidade institucional, pois estaria se desenhando mais um golpe na tradição democrática da UFGD. No entanto, devido à grande mobilização realizada pela comunidade acadêmica em prol do compromisso com a democracia, os nove docentes devidamente eleitos foram nomeados, simbolizando uma importante vitória para a autonomia universitária”, avalia o professor da Faculdade de Engenharia e reitor eleito, Etienne Biasotto. Eleitos São os diretores e vice-diretores devidamente eleitos e empossados e suas respectivas unidades acadêmicas: Elizabeth Matos Rocha (Educação a Distância), Carla Cristina Oliveira de Ávila e Marcos Lúcio de Souza Góis (Faculdade de Comunicação, Artes e Letras), Hermes Moreira Junior e Alaerte Antônio Martelli Contini (Faculdade de Direito e Relações Internacionais), Gerson Bessa Gibelli e Augusto Salomão Bornschlegell (Faculdade de Engenharia), Guilherme Augusto Biscaro e Alexandre Rodrigo Mendes Fernandes (Faculdade de Ciências Agrárias), Fabiano Antunes e Márcia Regina Russo (Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais), Marisa Lomba e Conrado Satler (Faculdade de Ciências Humanas), Silvia Aparecida Oesterreich e Emerson Henklain Feruzzi (Faculdade de Ciências da Saúde) e Sidnei Azevedo de Souza e Lucas Pizzuti (Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia).

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