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Por Brasil de Fato
Um funcionário da Vale afirmou nesta terça-feira (9) que a empresa foi avisada sobre um vazamento de rejeitos na barragem de Brumadinho (MG) sete meses antes do rompimento que causou a morte de pelo menos 247 pessoas – entre elas o pai desse funcionário.
Fernando Henrique Barbosa Coelho relatou o episódio durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais que investiga as responsabilidades pelo acidente.
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Coelho trabalha na mineradora há 17 anos. Em Brumadinho, era operador mecânico e responsável pelo bombeamento de rejeitos da barragem. O pai dele, Olavo, trabalhava havia 40 anos no local.
Ele contou que, no dia em que foi identificado o vazamento, pessoas da empresa buscaram seu pai em casa às 22h40 para verificar o que estava ocorrendo. Olavo teria constatado que os danos eram irreversíveis e alertou para o risco de rompimento.
Após o depoimento, em entrevista aos jornalistas, Coelho declarou emocionado: “Perdi pai, perdi primo, mas não é só isso, não. Perdi mais de 150 amigos”.
"Estabilidade"
Questionada, a Vale afirmou em nota que suas inspeções não detectaram anomalias ou risco de ruptura. Segundo a mineradora, a barragem possuía declarações de estabilidade e passava por auditorias externas e independentes. "Havia inspeções quinzenais, reportadas à Agência Nacional de Mineração, sendo a última datada de 21 de dezembro de 2018. A estrutura passou também por inspeções nos dias 8 e 22 de janeiro deste ano, com registro no sistema de monitoramento da Vale", registrou o comunicado. O rompimento ocorreu em 25 de janeiro.Mortos
As buscas por corpos continuam em Brumadinho. Na última sexta-feira (5), os bombeiros localizaram mais uma pessoa sob a lama, a terceira desde o começo deste mês. As mortes confirmadas somam 247. Outros 23 corpos ainda não foram encontrados. Todos os dias, os bombeiros localizam partes de corpos que seguem para exame de DNA. Mais de 100 amostras aguardam os resultados desses exames.