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Nesta sexta-feira (15), empregados da Caixa Econômica Federal se vestiram de preto, realizaram protestos contra o que denunciam ser o desmonte do banco público e distribuíram uma carta aberta ao presidente da CEF, Pedro Guimarães. Também foi organizado um tuitaço com a hashtag #ACaixaÉdoBrasil.
Segundo a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a mobilização é “uma resposta aos recentes posicionamentos da nova diretoria, que já deu início ao desmonte da Caixa, o maior banco público da América Latina e principal agente do desenvolvimento social do país, com a venda de ativos e promete privatizar as áreas mais rentáveis do banco ainda este ano”.
“Estão adotando medidas na Caixa que já foram adotadas em outros bancos, como Banespa, Banerj, Banestado, que é a tática do desmonte”, disse em entrevista à Fórum, Dionísio Reis, coordenador da (CEE/Caixa), que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) nas negociações com o banco.
Segundo Reis, hoje a Caixa vive um momento crítico, onde se pretende vender as partes mais lucrativas e mais estratégicas do banco, facilitando um discurso na sociedade da necessidade de privatizá-lo. “Por outro lado, a sociedade já não tem elementos que tinha no passado para defender a Caixa”, afirmou. “A realidade que a Caixa vive desde 2016 pra cá já não é a ideal. A Caixa não vem praticando os melhores juros para a população, não vem operando com a maior oferta de crédito e melhores condições de atendimento. Parou um ciclo virtuoso, que era de contratação, de abertura de agências, aumento da capilaridade, alcançando todos os municípios do país.”
[caption id="attachment_169051" align="aligncenter" width="640"] Trabalhadores foram de preto em defesa do banco (Foto: Divulgação/Fenae)[/caption]
Papel social da Caixa
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) chama atenção para o papel social insubstituível da Caixa. “O desmonte terá consequências diretas para os empregados, mas também haverá reflexos para toda sociedade, na oferta da moradia e infraestrutura, no bem-estar dos trabalhadores e de toda população”, afirmou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.
De acordo com a entidade, “a Caixa é o banco da casa própria, por ser responsável por sete em cada dez financiamentos habitacionais no Brasil (no caso da moradia popular, chega a 90%). A Caixa é o banco do trabalhador, pois paga o seguro-desemprego, o abono-salarial e o PIS, entre outros benefícios. Mas também é o banco da poupança (40% das poupanças brasileiras) e o banco da infraestrutura, pois leva saneamento básico, energia e urbanização aos municípios mais distantes. Além disso, 37% da arrecadação das loterias vão para programas sociais que atendem milhões de brasileiros”.
Segundo Dionísio Reis, os empregados solicitaram reunião com a diretoria para que se esclarecesse as mudanças que estão sendo feitas, mas o banco se recusou a passar informações e esclarecimentos às entidades de representação.