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José de Abreu informou via Twitter, nesta quinta-feira (14), que conseguiu um emprego para Fernando Mourad, ex-funcionário da GOL que foi demitido após ajudar o ator a carregar suas malas no aeroporto Galeão (Rio de Janeiro) quando desembarcou na última sexta-feira (8).
Abreu confirmou a informação à Fórum e adicionou ainda que arranjou um grande escritório de advocacia, especializado em Direito do Trabalho, para defender Mourad, gratuitamente, em um processo contra a GOL.
Mourad, por sua vez, disse à reportagem estar muito feliz com o gesto do ator e agradeceu à solidariedade de várias pessoas, inclusive do meio jurídico, que ofereceram ajuda. "Foi um gesto grandioso, de solidariedade. Muita gente na rede que me mandou mensagem, muita gente do meio jurídico me ofereceu ajuda. Não esperava tamanha repercussão. Nem dormi direito, mas levantei melhor porque vi que não estava sozinho nessa".
Justa causa
Naquela sexta-feira, Zé de Abreu foi recebido por uma multidão que se aglomerou no saguão do aeroporto para saudar o ator que, nas últimas semanas, vem protagonizando a sátira política de “autoproclamado presidente do Brasil”.
Fernando Mourad relatou que, no dia, não estava em serviço, mas foi ao aeroporto para receber um reembolso. Como soube que no mesmo dia haveria o ato de recepção ao ator, resolveu ajudá-lo com as bagagens, sabendo que Zé de Abreu, de 72 anos, estava com dores no joelho e cogitava, até mesmo, solicitar uma cadeira de rodas. Mourad, então, usou sua credencial de funcionário para acessar a área de desembarque e levou as malas do ator até que ele se encontrasse com a multidão.
De acordo com Mourad, em dez anos de aeroporto, ele trabalhou em inúmeras companhias e estava há dois anos na GOL. Decidiu, segundo conta, usar sua credencial para ajudar Zé de Abreu pois sabia que aquela era uma prática comum entre funcionários, sendo que ninguém, até hoje, teria sido punido pela atitude.
À reportagem, o ex-funcionário contou que nesta segunda-feira (12), quando foi ajudar uma cadeirante e três idosas a acessar a área de embarque, passou a credencial mas o acesso não foi liberado. Ele, então, contatou o setor responsável do aeroporto Galeão, que o orientou a procurar a gerência da GOL. A chefia da companhia, então, o demitiu por justa causa pois sua infração seria “gravíssima”.
Mourad acredita que sua demissão teve motivação política. “Tem toda uma conjuntura política. Não tinha motivo suspender minha credencial definitivamente por infração gravíssima se eu apenas acompanhei um idoso, que culminou em ser o Zé de Abreu. Foi uma atitude totalmente política”, afirmou.
Fórum entrou em contato com a GOL para obter um posicionamento oficial da empresa sobre a demissão de Mourad, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para esclarecimentos da companhia aérea.