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A bancada de Minas Gerais na Câmara dos Deputados protocolou nesta quarta-feira (13) o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista, ou seja, constituída por deputados e senadores, para investigar o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais. Segundo parlamentares, o requerimento para criação reuniu 240 assinaturas.
Não há acordo no Congresso, no entanto, sobre uma investigação unificada da tragédia no Congresso Nacional. Há um pedido para instalação de CPI no Senado, de Otto Alencar (PSD-BA) e Carlos Viana (PSD-MG), lido na terça-feira (12) no Plenário da Casa, e um outro requerimento para CPI na Câmara, feito pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).
Nesta quarta, o líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP) afirmou que o Senado decidiu prosseguir com a instalação da sua CPI devido às “disputas na Câmara”. "Nós também achamos que é melhor [uma CPI mista]. Mas não achamos prudente ficar esperando, com toda a vênia e todo o respeito, as disputas na Câmara. Aqui no Senado tem um acordo para instalação desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Não houve oposição. A CPI está pronta”, disse.
Durante uma sessão da comissão geral sobre o desastre de Brumadinho no Plenário da Câmara, o deputado Rogério Corrêa (PT-MG) fez um apelo por uma comissão única, mista. “Vamos acabar com a fogueira das vaidades, onde o Senado quer fazer uma CPI, a Câmara outra, a Assembleia Legislativa [de Minas Gerais] outra”, pediu, na tribuna.
Protagonismo
Joice Hasselmann, no entanto, defendeu o seu requerimento de CPI, negando desejar protagonismo. “Eu sou autora do requerimento que pede a CPI de Brumadinho, que já foi despachado, 255 assinaturas, publicado hoje. Eu não vou admitir que essa comissão seja usada para criar dificuldade e vender facilidade. Eu estou em contato com o senador Carlos Viana. O Senado também vai apurar. Não haverá retrabalho. São comissões independentes, vão atuar em paralelo”.
Hasselmann disse, ainda, que a legislação relacionada a mineradoras tem que ser mudada e os responsáveis pelo rompimento da barragem, punidos. A deputada ressaltou, contudo, que não quer “matar a empresa”.
“A lei tem que ser mudada. É verdade. Vamos trabalhar para isso. Vamos colocar de fato regras que deem segurança. Isso vai acontecer. Mas aquelas vítimas terão uma resposta. O que eu estou dizendo aqui não é para matar a empresa. Minas vive disso. A gente vai punir o CPF. Eu quero saber quem deu a ordem. Eu quero saber quem mandou fraudar laudo”, discursou.