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Ao ser questionada por um taxista se precisava de uma corrida, Natália Burza Gomes Dupin, de 36 anos, respondeu a ele que “não andava com preto”. A mulher foi detida na quinta-feira (5) e vai responder por injúria racial, desacato, desobediência e resistência. O caso aconteceu na Avenida Álvares Cabral, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Depois de 17 anos de profissão como taxista na capital mineira, esta foi a primeira vez que Fernandes foi vítima de racismo. Ele conta que tentou argumentar com Dupin, dizendo que ela não poderia dizer aquilo, pois era crime. A mulher, no entanto, teria respondido, “eu não gosto de negro, sou racista, sou racista mesmo”. Segundo relatos, Dupin ainda teria cuspido no pé da vítima.
Fernandes foi quem chamou a polícia imediatamente após o ocorrido. Outros taxistas que estavam no local se recusaram a deixar que a mulher seguisse viagem até que uma viatura chegasse. Populares que estavam na avenida ainda tentaram agredi-la. “Não pode deixar passar, não. É assim que vamos combater esse tipo de coisa. Em pleno século XXI acontecer uma coisa dessas, não podemos deixar, não. Eu quero é justiça. Eu nunca passei por isso. É a primeira vez. A gente acompanha no jornal e fica triste. Quando acontece com a gente é que vemos a dor que sentimos, mas isso não vai me abalar”, disse o taxista, em entrevista ao O Tempo.
Natália foi conduzida para a delegacia, onde desacatou policiais. No boletim de ocorrência, há o relato de que um policial não conseguiu que a mulher preenchesse dados, pois ela o teria ofendido por ser negro. Ela também chegou a chamar uma sargento de “sapata” e foi algemada. A defesa da suspeita afirma que só vai comentar o caso no curso do processo.