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[caption id="attachment_198711" align="alignnone" width="300"] Foto: Divulgação[/caption]
Um vídeo de 2013, do finado programa "Na Moral", apresentado por Pedro Bial, dá a entender que Renato Aragão, o eterno Didi, entrou em discórdia com o humorista Gregório Duvivier. O trecho foi ressuscitado por conta do comentadíssimo especial de Natal do Porta dos Fundos, no qual Gregório interpreta um Jesus homossexual.
Renato diz que jamais faria piadas com religião, mas não é bem isso que a memória (e os registros) trazem. O tempos eram outros, é claro, mas eram abundantes as piadas racistas, machistas e, ora, com religião, em especial as de matriz africana, até hoje hostilizadas e ridicularizadas.
Não é uma questão de limitar o humor, mas de saber que bater nos elos mais fracos é o
jeito fácil e já sem graça que humoristas de almas caquéticas deveriam deixar para trás e evoluir. É provável que o próprio Renato, confesso fã do Porta dos Fundos, já tenha superado essa fase.
"Sou fã do Renato. Cresci rindo com os trapalhões. Mas lembro que ele brincava bastante com as religiões de matriz africana. Aí pode? Renato vem de uma época em que era natural fazer chacota com orixá, mas impensável fazer com Jesus. O Porta dos Fundos é democrático e tenta rir de tudo. Já que tudo é sagrado pra alguém e nada é sagrado pra gente", disse Gregório à Forum.
E é verdade: o Porta tem algumas esquetes usando os Orixás, e muita gente de Axé gosta e se diverte, assim como muitos dos católicos e de pessoas praticantes de outras fés.
O problema não está em fazer piada e sim em querer propagar preconceitos disfarçados de humor.
E se o Jesus do filme do Porta dos Fundos fosse da Marcha do Orgulho Hétero, os fundamentalistas teriam feito todo esse furdunço?