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A revista Veja SP publica matéria, na edição que chega às bancas nesta sexta-feira (13), sobre o que ela chama de os “farialimers”, ou seja, os abastados que trabalham, circulam, almoçam, jantam, se exercitam e se divertem no coração do novo centro empresarial da cidade de São Paulo.
Trata-se de uma ilha da fantasia, onde um estagiário recebe por volta de 2 500 reais, quase 50% mais que a média do mercado. Holerites de analistas superam os 7 000 reais por mês e “um cara de tecnologia com três anos de formado pode alcançar um ganho de 1 milhão de reais em um ano bom”, de acordo com um dos entrevistados.
O texto diz: “E quem é o ‘farialimer’, ou o frequentador do ‘condado’, como a avenida é chamada nas redes sociais e em rodas de conversa? Conforme levantamento da Cognatis, esse é um universo predominantemente masculino (65%). Naqueles escritórios, as mulheres ganham 18% menos que eles. Ainda assim, as farialimers são mais empoderadas — na Avenida Paulista, os vencimentos dos homens são 50% maiores que os delas”
O local, é óbvio, é um reduto bolsonarista. O empresário Henrique Bredda, uma espécie de guru da área que apoiou Jair Bolsonaro nas últimas eleições, rejeita a pecha. “É um título errado. Votei em quem ia levar adiante a agenda econômica na qual acredito, era o cara que tinha mais força. Se é para você me dar um rótulo, pode me chamar de paulo-guedista”, comenta.
A matéria segue descrevendo uma série de preconceitos e discriminações que são aceitas por um salário polpudo ou pela esperança de assumir um cargo melhor. Ao mesmo tempo, fala sobre empresas com cenário “descolado”, lounges e máquinas de snacks em um “ambiente que contribui para a sinergia do grupo”, revela outro entrevistado.
Outro parágrafo destaca com primor de quem trata a matéria: “A prática regular de atividades físicas e mentais e os contracheques altos se estampam na (bela) aparência dos farialimers. Passear por lá dá a impressão de mergulhar em uma Shangri-la do capitalismo: a maioria das pessoas tem porte atlético, veste roupas de grifes e os homens adotam cortes minuciosamente descabelados, à moda de Guilherme Benchimol, CEO da XP Investimentos”.
Sobre as roupas usadas pelos “farialimers”, o texto prossegue afirmando que “há, sim, um dress code, e a maioria dos trabalhadores busca os mesmos alfaiates”. A matéria cita uma das marcas preferidas por lá, criada há quase cinquenta anos, que faz os modelos dos tucanos Fernando Henrique Cardoso e João Doria. “As peças custam entre 380 (a camisa) e 9 000 reais (o preço médio de um terno)”.
O texto prossegue com um desfile de artigos extremamente caros e hábitos peculiares há léguas de distância do cidadão comum. Se o leitor tiver estômago e interesse, acesse a reportagem aqui.