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Estimativas do Sistema de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima, apresentadas nesta terça-feira (5), apontam que em 2018 houve um ligeiro crescimento nas emissões, interrompendo uma sequência de queda apresentada nos anos anteriores. Em 2019, com a explosão do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, se espera índices bem maiores.
O SEEG aponta que o país teve emissões de 1,939 bilhão de toneladas de CO2 equivalente (CO2e), um valor 0,3% maior do que o 1,932 bilhão de toneladas verificado em 2017. Segundo o organismo, as emissões decorrentes da alta de 8,5% no desmatamento da Amazônia no ano passado foram em parte compensadas por uma redução de cerca de 10% na destruição do Cerrado, o que fez as emissões por "mudança de uso da terra" crescerem 3,6%.
Tasso Azevedo, coordenador-técnico do OC e coordenador do SEEG, acredita que o Brasil - sétimo maior poluidor do planeta - ainda não adotou a redução das emissões como um propósito. “Manter as emissões brasileiras estáveis num mundo que continua aumentando as emissões é importante, mas não suficiente. O planeta precisa que as emissões sejam reduzidas com vigor nos próximos anos, e infelizmente nosso cenário de emissões para 2020 é de aumento”, afirmou.
Planos engavetados
O aumento que Azevedo se refere ao grande avanço do desmatamento na Amazônia e no Cerrado. "Nós já vínhamos numa situação delicada antes do desmonte da governança ambiental brasileira promovido pelo governo atual", diz Carlos Rittl, secretário-executivo do OC. “Em 2019, os planos de combate ao desmatamento na Amazônia e Cerrado foram engavetados e não temos nem mesmo um esboço de plano para a implementação da NDC, que deveria ocorrer a partir do ano que vem. Na verdade, até os órgãos que deveriam implantar a NDC foram extintos pela atual administração.”
O Observatório do Clima pontua que o Brasil não cumprirá a meta estabelecida para 2020 em sua lei nacional de clima de reduzir em 80% a taxa de desmatamento na Amazônia. Mesmo que todo o desmatamento parasse hoje, a elevação detectada pelo sistema de monitoramento do Inpe nos últimos meses já nos coloca num patamar superior aos 3.925 km2 estabelecidos na lei. Com a meta de 2020 prejudicada, o país parte de uma posição pior para cumprir sua NDC, a meta do Acordo de Paris.
Confira a análise completa no Observatório do Clima