MPF pede acesso ao inquérito sobre prisão de brigadistas do Alter do Chão

Procuradoria sustenta que, na investigação federal, nada apontava para a participação de brigadistas ou organizações da sociedade civil nos incêndios

Foto: Reprodução/Facebook Brigada de Alter
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O Ministério Público Federal (MPF) em Santarém, no Pará, encaminhou nesta quarta-feira (27) um ofício à Polícia Civil pedindo acesso integral ao inquérito aberto contra brigadistas pelos incêndios florestais em Alter do Chão. Nesta semana, policiais prenderam quatro voluntários da ONG Brigada de Alter do Chão e advogados de defesa vão entrar com pedido de habeas corpus.
A Procuradoria sustenta que, desde setembro, já estava em andamento na Polícia Federal um inquérito para investigar as queimadas na região. No entanto, no âmbito federal, não havia nenhum elemento que apontava para a participação de brigadistas ou organizações da sociedade civil.
"Ao contrário, a linha das investigações federais, que vem sendo seguida desde 2015, aponta para o assédio de grileiros, ocupação desordenada e para a especulação imobiliária como causas da degradação ambiental em Alter", diz o Ministério Público, em nota.
Segundo a Polícia Civil, uma investigação de dois meses apontou indícios de que ONGs, entre elas a Brigada, tenham atuado como causadoras de incêndio na Amazônia. Foram presos Daniel Gutierrez Govino, João Victor Pereira Romano, Gustavo de Almeida Fernandes e Marcelo Aron Cwerner. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. No entanto, os acusados não estariam na Área de Proteção Ambiental (APA) quando o fogo começou a se alastrar.