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Durante a festa da torcida do Flamengo ao acompanhar o ônibus do time até o aeroporto do Galeão, onde os jogadores vão embarcar para a final da Libertadores contra o River Plate, em Lima, torcedores estenderam uma faixa em homenagem ao remador Stuart Angel, assassinado pela ditadura militar na Base Aérea do Galeão, em 1971.
A faixa em homenagem ao ex-remador do clube e ex-militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) já apareceu em partidas durante o campeonato, mas o ato de amarrá-la na Base Aérea do Galeão foi visto como simbólico e celebrado nas redes sociais. Foi neste local que ele foi torturado até a morte e, segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV), teve seu corpo enterrado na cabeceira da pista.
Stuart Angel era declarado como desaparecido até a CNV retificar os documentos e afirmar que ele e sua mãe, Zuzu Angel, foram vítimas de “morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro”. A irmã de Stuart, a jornalista Hildegard Angel, recebeu certidão de óbito apenas em setembro deste ano.
https://twitter.com/PowerUrubu/status/1197206453481857024
https://twitter.com/jgprates/status/1197240537230848003
https://twitter.com/belatomarcelo/status/1197209591353946113
Stuart Angel
Stuart era filho da figurinista e estilista Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, e do americano Norman Jones. No fim dos anos 1960 e início dos 1970, se integrou ao grupo MR-8, que fazia a luta armada contra o regime militar. Foi preso, torturado e morto por membros do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa) em 14 de junho de 1971, aos 25 anos. Mesmo fim teve sua mulher, a também militante e guerrilheira Sônia Morais Jones, morta dois anos depois e igualmente dada como desaparecida. Durante anos, Zuzu lutou para esclarecer o caso, mas morreu sem saber o paradeiro do filho.