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Novas imagens de satélite registradas nesta sexta-feira (15) pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), vinculado à Universidade Federal de Alagoas (UFAL), detectaram outra grande mancha de óleo na costa leste do Nordeste brasileiro, a 26 km do Litoral da Paraíba. Tal mancha levou os pesquisadores à identificação da provável embarcação responsável pelo vazamento de óleo nas praias nordestinas.
Segundo os pesquisadores, a bandeira da embarcação suspeita não é grega, conforme havia sustentado o governo de Jair Bolsonaro, que culpava cinco navios gregos pelo desastre ambiental. Com base em dados de geointeligência marinha, cruzados com informações de satélites, o Lapis concluiu que a embarcação teve comportamento atípico em seu percurso pela costa norte do Nordeste brasileiro.
Os dados da embarcação serão repassados, pelo Lapis, ao Senado Federal, no próximo dia 21 de novembro. Na ocasião, haverá uma audiência pública da Comissão Externa que acompanha as investigações sobre a poluição por óleo no Litoral do Nordeste.
Trajeto atípico
O navio costumava fazer o trajeto de um país asiático até a Venezuela, no entanto, as análises sobre a embarcação mostram que, no percurso do dia 1º de julho a 13 de agosto, o itinerário do navio pelos oceanos foi controverso. Ainda, ele não transmitiu, de forma regular e sem interrupções, todas as informações de sua faixa de Automatic Identification System (AIS, sistema de monitoramento de embarcações usado internacionalmente).
Ainda de acordo com o laboratório, a embarcação não transmitiu consistentemente seu sinal de rastreamento público, o que viola o direito marítimo internacional, fato que torna o navio ainda mais suspeito pelo desastre.
Com informações da Letras Ambientais.