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A nadadora Joanna Maranhão, 31, anunciou, nesta sexta-feira (27), em sua conta do Twitter que está encerrando a carreira de nadadora de alto-rendimento. Ela fez a última postagem da página, anunciando:
“Foi massa essa viagem incrível ao esporte de alto rendimento dos 3 aos 31 vivi TANTA coisa! Muito grata por ter representado meu país em 4 jogos olímpicos! Essa página chega hoje ao fim.” "Após muito tempo de terapia, percebi como minha relação com a infância é muito forte. Seja em relação aos meus sobrinhos, ao meu projeto, ou à ideia de ser mãe. Isso faz meu coração bater mais forte do que como atleta em alto rendimento", explicou, em entrevista por telefone ao Blog Olhar Olímpico. A nadadora abandona a carreira como dona da melhor posição da natação feminina em Olimpíadas, com o quinto lugar nos 400 m medley nos Jogos de Atenas, em 2004, com apenas 17 anos. Agora, vai se dedicar a uma ONG, chamada Infância Livre. Militância Filiada ao PSOL, Joanna sempre atuou fora das piscinas, fez denúncias sobre a gestão de recursos da natação e, muitas vezes, reclamou de não receber apoio da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) como represália a suas críticas. Em sua mensagem de despedida, manteve a posição. "O esporte que acredito não é o esporte que presencio. Muitos ídolos só conquistam medalhas, e isso é muito pouco diante das reais necessidades do nosso país. Sendo assim, prefiro canalizar meu talento e minha força para outros ideais. Falei muito, questionei, propus mudanças e infelizmente gritei sozinha, desabafou." Em 2008, meses antes da Olimpíada de Pequim, Joanna revelou ter sido vítima de abuso sexual aos 9 anos por parte de um ex-treinador. Quatro anos depois, uma lei que altera as regras sobre a prescrição do crime de pedofilia, estupro e atentado violento ao pudor contra crianças foi batizada com o seu nome. Recordista Joanna Maranhão encerra a carreira como recordista sul-americana dos 200m borboleta, dos 200m costas e dos 200m medley em piscina longa. Ela ainda é recordista brasileira dos 400m e dos 800m livre e dos 400m medley. Na piscina curta, ela é recordista nacional dos 100m, 200m e 400m medley, 200m costas e 200m borboleta. Dona de oito medalhas pan-americanas, a nadadora teve o auge da carreira em Atenas-2004, quando foi quinta colocada na final dos 400m medley, aos 17 anos, quebrando um jejum de 68 anos sem uma brasileira numa final olímpica da natação. Desde então, porém, teve que lidar com a pressão para superar aquele resultado. Em termos de tempo, só foi melhorar sua marca dos 400m medley em 2015, já na fase mais "leve" de sua carreira.foi massa essa viagem incrível ao esporte de alto rendimento ?? dos 3 aos 31 vivi TANTA coisa! Muito grata por ter representado meu país em 4 jogos olímpicos! Essa página chega hoje ao fim ?? pic.twitter.com/bqzvcrtVkP
— Joanna Maranhão (@Jujuca1987) 27 de julho de 2018