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Nascida no sertão de Minas Gerais, adotada duas vezes por famílias pobres e com uma trajetória marcada pelo racismo, a jovem Alline Parreira, de 27 anos, palestrará para doutores norte-americanos da Cuny University, em Nova Iorque (EUA), na próxima sexta-feira (15).
A convite do coletivo BRADO-NY, Alline, que há dois anos faz faxina em Nova Iorque para se sustentar, narrará na universidade sua história de opressões e superação e travará uma reflexão sobre privilégio, identidade e transformação social. Tendo como suas principais referências teóricos crítico-ativistas com Franz Fanon e Angela Davis, a jovem destacará o confronto com vários sistemas interligados de discriminação, que envolvem classe, raça e gênero.
Apesar das condições adversas, Alline se tornou autodidata e conseguiu sobreviver muito por conta de programas sociais dos governos de Lula e Dilma Rousseff. Ela foi beneficiada com programa Bolsa Família, com cursos de qualificação e ainda contou com uma bolsa durante o governo Dilma para viajar sozinha ao continente africano. “Mudou meu rumo, e ampliou os meus horizontes, com o conhecimento prático, de uma mulher negra viajando sozinha”, conta.
De acordo com o texto de divulgação do evento, "o testemunho da trajetória da palestrante será abordado dentro do contexto histórico das últimas décadas com as políticas sociais dos governos Lula e Dilma do PT".
A palestra será mediada pelo doutor brasileiro Eduardo Vianna, que destaca o valor do conhecimento prático de Alline, que sequer tem diploma universitário. “O conhecimento conceitual, teórico tem que estar a serviço da prática, mas a prática precisa ser analisada, o que requer conceitos”, analisa.
A palestra será transmitida ao vivo pelo Facebook do coletivo BRADO-NY. Saiba mais aqui.