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A reação à greve de caminhoneiros contra o aumento do preço dos combustíveis, que dura desde segunda-feira (21), já vem tomando contornos violentos por parte dos opositores à mobilização. Entre ontem (24) e hoje (25), foram registrados dois casos de uso de arma de fogo contra os manifestantes.
Na quinta-feira (24), um caminhoneiro que estava em um bloqueio na BR-101, no Sul da Bahia, foi alvejado com um disparo no pé efetuado por um policial militar. A vítima, que não teve o nome revelado, foi encaminhada ao hospital e passa bem. A Polícia Militar da Bahia, por sua vez, informou por meio de nota que irá "instaurar um inquérito policial para apurar as circunstâncias do ocorrido".
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento do disparo. A Polícia Militar tentava acabar com o bloqueio da estrada quando, no meio da confusão, um dos agentes atirou.
O outro caso aconteceu no início da tarde desta sexta-feira (25) na BR-386, em Estrela (RS). Assim como na Bahia, os manifestantes bloqueavam a rodovia em protesto contra o aumento do preço do diesel e abordaram um motorista de uma caminhonete que tentava passar pelo bloqueio. De acordo com testemunhas, os caminhoneiros queriam saber se o homem transportava carga. No meio da discussão, o homem, que também não foi identificado, sacou uma arma de fogo e disparou contra um dos caminhoneiros, que foi atingido na virilha.
O autor do disparo foi detido pela Brigada Militar minutos depois do ocorrido e, na delegacia, alegou "legítima defesa". Ele permanece detido e a Brigada apura as circunstâncias. A vítima, por sua vez, foi encaminhada ao hospital de Estrela e, de acordo com a Brigada Militar, não corre o risco de morrer.
Enquanto o homem baleado era socorrido em Estrela, o presidente Michel Temer anunciava, em rede nacional, que autorizou o uso das Forças Armadas para desobstruir as estradas.