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Por CUT
A Vigília Lula Livre foi surpreendida esta semana com o descumprimento de um acordo com a Polícia Militar do Paraná, que abriu as ruas nas imediações dos acampamentos e retirou viaturas que faziam a segurança.
O reforço no policiamento no entorno da sede da Superintendência da Polícia Federal (PF), onde o ex-presidente Lula é mantido preso político desde 7 de abril, foi decidido depois que uma pessoa ainda não identificada disparou 20 tiros contra o acampamento Marisa Letícia, que fica próximo da sede da PF - duas pessoas ficaram feridas, Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, levou um tiro no pescoço, e a advogava Marcia Koakoski, de Xangri-Lá, no Rio Grande do Sul, foi ferida por estilaços de uma saboneteira atingida por um tiro. Na ocasião, os organizadores da vigília negociaram com as autoridades do governo paranaense e da Prefeitura de Curitiba e a segurança dos moradores e dos manifestantes foi reforçada.
Na noite desta terça-feira (8), o presidente estadual do PT do Paraná, Dr. Rosinha, foi à vigília e denunciou o descumprimento do acordo.
Segundo ele, não houve nenhuma negociação, foi uma decisão unilateral da Secretaria do Estado da Segurança Pública.
“Além disso”, alertou o parlamentar, “agora carros podem subir e provocar acidentes graves”.
“Nós cumprimos todas as demandas das negociações. Eles não. Se algo acontecer, a responsabilidade é de quem descumpriu o acordo”, disse Dr. Rosinha.
Uma das partes de negociação recente, intermediada pelo Ministério Público do Paraná, no dia 7 de maio, foi a retirada do equipamento de som da vigília e com isso a manutenção da segurança, este último item descumprido.
Rosinha reafirmou a continuidade da Vigília Lula Livre como símbolo da resistência contra a prisão política do ex presidente. Nesta manhã novas caravanas chegaram ao Acampamento Marisa Letícia e tanto o “Boa Noite Lula” de ontem, como o “Bom dia Lula”, desta quarta aconteceram em formato de jogral, com mais vigor e a participação de manifestantes das novas caravanas que chegaram ao acampamento.
Em nota, a coordenação da Vigília Lula Livre, informou ainda que a Prefeitura de Curitiba desmarcou reunião agendada para esta quarta (9), cuja pauta seria sobre a estrutura da vigília. Denunciam também o governo do estado por ter retirado parte da proteção policial e colocar em risco os manifestantes e comunidade devido ao trânsito de carros e violência, como já fora observada em outros momentos. Reafirmam a continuidade da programação da Vigília, dado que este é um direito da livre manifestação.
Confira a Nota na íntegra
NOTA DA VIGÍLIA LULA LIVRE
As organizações que integram a Vigília Lula Livre denunciam a Prefeitura de Curitiba por ter desmarcado em cima da hora reunião agendada para o dia 9 (quarta), cuja pauta seria sobre a estrutura da vigília.
Denunciamos também o governo do estado por ter retirado hoje (8) parte da proteção policial de algumas ruas no entorno da Superintendência da PF, por ter reduzido o efetivo da Polícia Militar, colocando em risco manifestantes e a comunidade devido ao trânsito de carros e, já nesta madrugada, devido ao risco de violência contra manifestantes e contra o acampamento Marisa Letícia, como já foi observado em outros momentos.
Reafirmamos que mantemos na vigília nossa programação, atividades e quatro tendas instaladas, reforçando a disposição de lutarmos até a liberdade de Lula - livre, inocente e com direito a disputar as eleições.
Cobramos então das autoridades condições e segurança para realização do direito à livre manifestação, com diálogo e garantias, como temos feito desde o início.
Curitiba, noite do dia 8 de maio de 2018.