“Clima persecutório no Brasil não tem limites”, diz Manuela, sobre intimação de pesquisador

Deputada criticou a violência sofrida pelo psicofarmacologista Elisaldo Carlini, um dos maiores pesquisadores dos efeitos medicinais da maconha no Brasil, por suposta apologia ao crime

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[caption id="attachment_126090" align="aligncenter" width="1024"] A deputada do PCdoB, Manuela D'Ávila, disse que Carlini é "um pesquisador de primeiríssimo nível, cujo trabalho científico deveria orgulhar a todos" - Richard Silva[/caption] Continua causando indignação a intimação do psicofarmacologista Elisaldo Carlini, 88 anos, um dos principais pesquisadores dos efeitos medicinais da maconha no Brasil, por suposta apologia ao crime.  A deputada Manuela D'Ávila, pré-candidata a presidente do PCdoB, criticou a medida: “Um pesquisador de primeiríssimo nível, cujo trabalho científico deveria orgulhar a todos, tendo que depor por suposta apologia ao crime. Tudo porque ele estuda os efeitos medicinais da maconha. O clima persecutório no Brasil não tem limites”, disse Manuela, em sua página no Facebook. Nas décadas de 1970 e 1980, Carlini liderou na Unifesp um grupo de pesquisa que, junto a outros estudos internacionais, possibilitou o desenvolvimento de medicamentos à base de Cannabis sativa, utilizados em vários países para tratamento de epilepsia e esclerose múltipla, por exemplo. Pelo seu trabalho como pesquisador, foi condecorado duas vezes pela Presidência da República durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Está no sétimo mandato como membro do “Expert Advisory Panel on Drug Dependence and Alcohol Problems”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), e é ex-membro do Conselho Internacional de Controle de Narcóticos (INCB), eleito pelo Conselho Econômico Social das Nações Unidas.