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[caption id="attachment_144052" align="alignnone" width="700"] Fotos: Repodução[/caption]
A aluna Thalita Suzan J. Souza, do segundo ano do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba, foi vítima de ameaças e manifestações racistas. Ativista do movimento estudantil, negra, cotista e bolsista da universidade, ela foi alvo de mensagens escritas em dois banheiros da instituição: “Thalita Suzan, vai morrer, imunda”, ao lado de uma suástica.
“Ela é muito atuante no movimento estudantil aqui da universidade. Ontem (terça-6), fui procurado por alunas de outro curso. Elas me disseram que foram ao banheiro e se depararam com essa mensagem. Achei inadmissível e disse que iria procurar Thalita e sugerir que fosse feito um boletim de ocorrência (BO)”, revela André Cordeiro, professor do curso de Microbiologia e diretor do Centro de Ciências Humanas e Biológicas do Campus Sorocaba, em contato com a Fórum.
Cordeiro conta que no mesmo dia foi procurado por outra aluna, dizendo que havia encontrado a mesma mensagem escrita em outro banheiro. “Justamente nesses dois prédios, por serem os mais antigos, anda não foram instaladas câmeras de vigilância. Com essa segunda ocorrência, telefonei para ela, que se mostrou bem assustada com tudo isso”, acrescenta.
Thalita está mais calma agora e afirma que não vai desanimar de seu ativismo. “A mensagem é muito forte, vou me reunir amanhã (quinta) com o diretor do campus para ver quais providências serão tomadas”.
Questionada se o fato vai provocar mudanças em sua rotina, ela é diz: “Vou dar uma sossegada nos próximos dias, continuar assistindo as aulas, mas a partir do dia 20 deste mês eu assumo a presidência do Centro Acadêmico da Florestal”, destaca, deixando claro que não vai desistir de sua militância no movimento estudantil.
Delegacia
Nesta quarta-feira (7), pela manhã, Cordeiro, Thalita e seu namorado foram à delegacia e registraram o BO. “A princípio, o delegado achou que não deveria fazer, mas depois de ver as fotos mudou de ideia. Acabou preenchendo o documento com ameaça de morte, injúria racial e acrescentou depredação de bem público. Com essa última acusação, ele espera encaminhar a ocorrência para a Polícia Federal, pois nossa universidade é federal”, relata o professor.
Ainda nesta quarta estava prevista a visita da perícia na universidade para fazer as apurações necessárias. Thalita, segundo Cordeiro, está mais calma agora, pois está sendo amparada por amigos, pelo namorado, pela universidade e está aguardando a chegada a Sorocaba de sua mãe, que mora em Grajaú, Zona Sul de São Paulo, prevista para amanhã.