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Reportagem de Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Brandt, no site do jornal O Estado de São Paulo, afirma que a Polícia Federal indiciou o empresário Abilio Diniz por estelionato, organização criminosa e falsidade ideológica. Outros 42 investigados na Operação Trapaça também foram indiciados, entre eles o ex-diretor-presidente global da BRF Pedro de Faria, também suspeito por crime contra saúde pública.
A operação investiga um esquema de fraudes descoberto na empresa BRF, gigante do setor de carnes e processados. Segundo o delegado Mauricio Moscardi, da Polícia Federal em Curitiba, a partir da análise de conversas por e-mails e Whatsapp, ‘concluiu-se que a prática das condutas delitivas não se restringia ao círculo das equipes técnica e gerencial das fábricas da BRF’.
O delegado cita, no relatório, uma conversa ocorrida em um grupo do Whatsapp, do qual faziam parte Pedro Faria, Abílio Diniz e José Carlos Reis de Magalhães Neto. O grupo, segundo a PF, foi criado em 12 de dezembro de 2014.
“O contexto das conversas indica o conhecimento do corpo executivo do Grupo BRF sobre a ocorrência de detecção de substâncias nocivas à saúde humana em produtos oriundos das plantas industriais da empresa. Abílio Diniz e Pedro Faria, pela posição hieráquica que ostentavam no quadro corporativo do Grupo, possuíam plena capacidade de orientar os círculos sob sua subordinação a tomar as medidas técnicas e eficazes, em âmbito sanitário, para que se determinasse a causa-raiz da contaminação química dos produtos destinados ao consumo e a regularização do processo industrial”.
Segundo a PF, ‘o Grupo agia de forma organizada e mantinha comunicação permanente, objetivando iludir auditorias, programadas ou inopinadas, em plantas industriais da BRF, eventos nos quais produtos irregulares eram retirados de depósito, e escondidos da fiscalização’.
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