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Site do Inep enfrenta instabilidade, o que prejudica muito as consultas, um reflexo da piora em toda a estrutura do exame, no governo de Michel Temer.
Da Redação*
Candidatos que realizaram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2017 já podem consultar suas notas. O acesso ao desempenho de cada participante foi liberado nesta quinta-feira (18) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), órgão do MEC (Ministério da Educação) responsável pela organização do exame. No entanto, por volta das 12h30, o site do Inep enfrentava instabilidade, o que prejudicava muito as consultas. Os próprios estudantes relatavam nas redes sociais as dificuldades em acessar o sistema. O ministro da Educação, Mendonça Filho, apenas se limitou a pedir calma na hora de fazer a consulta e demonstrou descaso sobre o problema: “Com todo o respeito, eu não posso conceder uma entrevista falando sobre o funcionamento do sistema, porque eu não estou operando o sistema”. A verdade é que isso é um reflexo da piora em toda a estrutura do Enem, que, no governo de Michel Temer, deixou de apresentar a mesma eficiência anterior. A consulta pode ser efetuada no site do Inep, caso esteja disponível.
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O boletim de desempenho traz as notas alcançadas pelo candidato em cada uma das quatro áreas de conhecimento avaliadas no Enem (linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza), além da prova de redação. Para consultar as notas, o candidato deve ter em mãos seu CPF e a senha cadastrada no período da inscrição. Caso o aluno tenha esquecido ou perdido a senha, é possível recuperá-la.
Das mais de 4,7 milhões de redações corrigidas no Enem 2017, 6,5% receberam nota zero, ou seja, cerca de 309 mil dos textos. Dentre os motivos, destacou-se o aumento de redações que fugiram ao tema. A divulgação das notas máximas e mínimas foi feita na manhã desta quinta antes da liberação do acesso dos participantes às suas notas individuais.
O MEC também anunciou que a abertura das inscrições do Sisu (Sistema de Seleção Unificada) foi antecipada para 23 de janeiro. Segundo Mendonça Filho, o prazo para que os participantes do Enem tentem uma vaga em instituição pública de ensino superior de seu interesse será de 23 a 26 de janeiro. Além disso, 27 universidades portuguesas já aceitam a nota do Enem como critério para ingresso.
Após disputa na Justiça poucos dias antes da prova do Enem no ano passado, ficou decidido: o candidato que desrespeitar os direitos humanos não terá nota zero na redação automaticamente, mas poderá perder pontos. A decisão da ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), foi dada às vésperas da aplicação do exame. O MEC não recorreu e prometeu acatá-la.
No entanto, apesar de não zerar automaticamente a nota da redação, ferir os direitos humanos pode levar à perda de até 200 pontos na prova - a nota máxima a ser alcançada por um candidato é 1.000. Isso porque são cinco as competências avaliadas na redação, cada uma valendo 200 pontos. Na competência 5, é avaliada a capacidade do candidato em “elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos”. No ano passado, o tema da redação foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.
Mais caro
Outra mudança para pior, na gestão de Temer: em 2017, o Enem ficou mais caro e sem certificar para o ensino médio. No ano passado registrou 7,6 milhões de inscritos – o menor número desde 2013, quando 7,8 milhões se inscreveram para a prova. Já a taxa de inscrição, que era de R$ 68, passou para R$ 82. Segundo o Inep, o reajuste foi feito para repor a inflação dos últimos anos. Além disso, houve mudanças também nas regras de isenção para participantes de baixa renda, que incluíram pela primeira vez um cruzamento de dados com o Cadastro Único do governo federal.
*Com informações do UOL
Foto: Agência Brasil