Após episódio William Waack, Globo ameaça com demissão e impõe multa milionária por “comportamento ético”

Manifestações de racismo, assédio sexual e qualquer ato que possa ser enquadrado como desvio de “comportamento ético” somente agora passam a ser tão graves para a emissora quanto romper contrato para trabalhar na Record ou no SBT.

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Manifestações de racismo, assédio sexual e qualquer ato que possa ser enquadrado como desvio de “comportamento ético” somente agora passam a ser tão graves para a emissora quanto romper contrato para trabalhar na Record ou no SBT. Da Redação* A Rede Globo enviou a seus principais jornalistas um adendo contratual, impondo uma cláusula que prevê punição com demissão e multa milionária em casos de desvio por “comportamento ético” e “quebra de confidencialidade”. O documento foi consequência do vazamento de vídeo, em que William Waack fez uma declaração racista, que lhe custou o emprego no Jornal da Globo. Ajude a Fórum a fazer a cobertura do julgamento do Lula. Clique aqui e saiba mais. Isso quer dizer que racismo, assédio sexual (como o episódio envolvendo o ator José Mayer) e qualquer ato que possa ser enquadrado como desvio de “comportamento ético” agora é tão grave quanto romper contrato para trabalhar na Record ou no SBT, situação em que a Globo costuma cobrar uma multa de vários milhões de reais. As punições já estavam previstas nos contratos atualmente em vigor, mas com um outro texto. Os acordos estabeleciam rescisão e multa por comprometimento/prejuízos à imagem da empresa. Agora, trazem como novidade o termo “comportamento ético”, deixando mais clara a pena por racismo, assédio e qualquer tipo de preconceito, no ar ou fora dele, com atenção especial para as redes sociais. O adendo contratual, que muitos profissionais se viram obrigados a assinar, sem qualquer negociação, também atrela a quebra de confidencialidade ao comportamento ético. Jornalistas estão interpretando essa cláusula como uma forma de impedir que o profissional fale da emissora após seu desligamento em casos rumorosos, como os que envolvem racismo ou assédio sexual. Isso explicaria as evasivas de William Waack em entrevistas concedidas à revista Veja e ao jornal Folha de S.Paulo. Em ambas, ele se negou a comentar a decisão da Globo de demiti-lo por racismo. *Com informações do UOL Foto: Reprodução/TV Globo