Cerca de 200 indígenas do grupo Xokleng de José Boiteux, no Vale do Itajaí, participaram do protesto, segundo o cacique Caruso Tschvu Patê. A cerimônia religiosa, feita na língua dos indígenas, durou cerca de uma hora. Depois, uma lança foi fincada no canteiro, em memória de Marcondes, e todos seguiram até a casa onde ele estava hospedado temporariamente em Penha, para vender picolés.
Os indígenas não acreditam que a motivação do crime tenha sido fútil, como indica o inquérito da Polícia Civil, e pedem pra que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal investiguem o crime. A comunicação da PF explicou, porém, que a corporação só atua em casos de disputas de direitos das comunidades indígenas, como territórios. Como para a PF não há indício desse tipo de situação, a investigação cabe à Polícia Civil. O MPF afirmou que acompanha a investigação e que procedimentos que serão adotados estão em processo final de elaboração.
Suspeito Gilmar César de Lima, de 22 anos, teve a prisão preventiva decretada na quinta-feira (4), suspeito de ter matado o indígena, mas segue foragido. A polícia trabalha com a hipótese de que o espancamento do indígena tenha ocorrido por motivo fútil. “Ele [vítima] teria mexido com o cachorro dele [suspeito]. Não houve briga anterior”, disse o delegado Douglas Teixeira Barroco. Os policiais pedem que quem tiver informações sobre a localização do suspeito informe a polícia através do telefone 181.Namblá estava pela primeira vez na cidade para vender picolés para complementar a renda. Ele foi sepultado na tarde de 3 de janeiro, na aldeia Coqueiros, em José Boiteux, onde vivia em uma casa na Aldeia Barragem junto com a família da esposa e os cinco filhos. Professor formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ele ensinava crianças de tribos indígenas na mesma escola onde aprendeu a ler. O próximo objetivo dele era o mestrado. No ano passado, ele se tornou juiz das terras indígenas.
*Com informações do G1 Foto: Reprodução/Facebook