Janot anula benefícios e deve pedir prisão de Joesley

O ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, estuda determinar a detenção do proprietário da JBS e também de Ricardo Saud.

Joesley Batista presta depoimento na Polícia Federal em SP São Paulo - O empresário Joesley Batista, dono da JBS, deixa a sede da Superintendência da Polícia Federal após prestar depoimento (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Escrito en BRASIL el
O ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, estuda determinar a detenção do proprietário da JBS e também de Ricardo Saud. Da Redação* O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu cancelar os benefícios concedidos a Joesley Batista e Ricardo Saud e deve solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva de ambos nos próximos dias. A resolução ocorreu depois de ouvir os depoimentos dos executivos da JBS a respeito dos áudios em que falam da negociação da própria delação. O ministro Edson Fachin, relator do caso, estaria disposto a determinar a prisão dos dois colaboradores se avaliar que existem indícios mínimos da necessidade de tomar essa medida. O pedido de prisão deverá ser encaminhado junto com a rescisão do acordo de colaboração premiada firmado por eles com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Como o acerto previa imunidade total aos delatores, ele terá de ser revisto para que os dois possam ser detidos. No entanto, a decisão de Fachin deve sair apenas na segunda-feira. Outros ministros do STF têm procurado o relator para convencê-lo da necessidade de prender logo os dois delatores. Como o grampo atingiu também a reputação do procurador-geral, a prisão dos delatores seria uma forma de melhorar a imagem de Janot quando ele se prepara para deixar o cargo, no fim da semana que vem. Joesley e Saud prestaram depoimento nesta quinta-feira (7), na sede da PGR, em Brasília. Nesta sexta (8), deve ser ouvido o depoimento do ex-procurador Marcello Miller, suspeito de ter atuado para beneficiar a JBS na elaboração das cláusulas do acordo. Janot só deve bater o martelo sobre a data do pedido de prisão depois de todos apresentarem suas versões. No diálogo gravado, os executivos insinuam que o procurador-geral sabia que Miller estaria favorecendo a JBS na elaboração do acordo. Também falaram em tentativa de envolver integrantes do STF na delação. Na sessão da última quarta-feira (6), o ministro Luiz Fux deu voz à indignação dos colegas e defendeu, em plenário, que os dois deveriam trocar o exílio em Nova York pelo exílio na Papuda, a penitenciária de Brasília. *Com informações de O Globo Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil/Fotos Públicas