Indígenas ameaçam incendiar antena, se Alckmin não dialogar

Protesto dos índios ocorre porque o governo federal reduziu espaço destinado à tribo no Parque Estadual do Jaraguá, um dos previstos pelo governo tucano para ser concedido à iniciativa privada.

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Protesto dos índios ocorre porque o governo federal reduziu espaço destinado à tribo no Parque Estadual do Jaraguá, um dos previstos pelo governo tucano para ser concedido à iniciativa privada. Da Redação* Em protesto desde quarta-feira (13), no Parque Estadual do Jaraguá, na Zona Norte de São Paulo, indígenas estão exigindo a presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no local. Caso o tucano não vá, eles ameaçam incendiar a antena de transmissão que está localizada em terra indígena. O grupo ocupou as torres do Pico do Jaraguá, que abrigam antenas de empresas de telefonia, rádio e TV e exigem diálogo sobre a decisão do Governo Federal de anular a demarcação de suas terras. No dia 21 de agosto, o Ministério da Justiça revogou uma decisão de 2015, que criava uma reserva indígena no Pico do Jaraguá. A área havia sido expandida de 3 hectares para 512 hectares devido a "um erro administrativo", segundo o governo federal. Os índios dizem que as terras adquiriram dimensões ainda menores - 1,7 hectare. O texto do Ministério dizia ainda que a área “foi demarcada sem a participação do Estado de São Paulo na definição conjunta das formas de uso da área”. O governo de São Paulo tenta conceder o Parque do Jaraguá, entre outros, à iniciativa privada. De acordo com lei aprovada pela Assembleia Legislativa, os parques serão concedidos por 30 anos para a "a exploração dos serviços ou o uso de áreas inerentes ao ecoturismo e à exploração comercial madeireira ou de subprodutos florestais" e estabelece que essa exploração por madeireiras só deve ser permitida em áreas com plano de manejo. Os índios criticam a possibilidade da exploração da área e afirmam que a demarcação das terras indígenas atrapalha o objetivo “de destruir as matas para fazer dinheiro”. A Terra Indígena Guaranis tem quase 700 pessoas, sendo que mais de 400 são crianças. Os índios vivem em condições precárias. A maioria das casas é feita de chapas de madeira e chão de barro mesmo. *Com informações do G1 Foto: Comissão Guarani Yvyrupa/Divulgação