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Em maio, 10 trabalhadores rurais que ocupavam uma fazenda no Pará foram assassinados por policiais militares, que estão soltos. À princípio, os PMs relataram troca de tiros, mas perícia da PF concluiu que houve execução sumária dos sem-terra
Por Redação
A Polícia Federal divulgou, nesta segunda-feira (28), a conclusão da perícia sobre o caso que ficou conhecido como "chacina de Pau D'arco", ocorrida em maio, quando 10 trabalhadores rurais foram assassinados por um grupo de policiais civis e militares em uma fazenda ocupada no Pará. De acordo com a PF, ao contrário da versão dos policiais envolvidos, não houve troca de tiros mas, sim, "execuções sumárias" - ou seja, um verdadeiro massacre.
Na ocasião, os policiais foram até a fazenda Santa Lúcia, que estava ocupada por trabalhadores rurais, para cumprir o mandado de prisão de suspeitos de envolvimento na morte de um segurança da fazenda. Ninguém foi preso e 10 sem-terras - nove homens e uma mulher - foram assassinados. Alguns, inclusive, com tiros à queima roupa.
De acordo com a perícia, seis armas foram utilizadas pelos policiais para efetuar os disparos. O estudo da PF pode concluir que os sem-terra não reagiram em momento algum e sequer estavam armados. A ação dos PMs, de acordo com a PF, foi totalmente planejada para que os sem-terra fossem executados.
Treze policiais foram presos suspeitos de participar do crime. A Justiça determinou a prisão dos policiais por 30 dias para evitar que eles pudessem ameaçar testemunhas e atrapalhar as investigações. À época das prisões, foi apontado que havia indícios de manipulação de provas para encobrir uma execução planejada. No dia 8 de agosto, no entanto, o juiz de Redenção, Jun Kubota, negou o pedido de prorrogação da prisão temporária e liberou os policiais.