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18 manifestantes detidos em um ato anti-Temer em São Paulo, em 2016, irão a julgamento por "associação criminosa". O único que fazia parte do grupo que não foi detido e que não responde processo é o capitão do exército William Botelho que, com o condinome de "Balta Nunes", se infiltrou entre os jovens e, provavelmente, os incriminou
Por Redação
A Justiça de São Paulo tornou réus os dezoito manifestantes que foram detidos em setembro de 2016 pouco antes de um ato anti-Temer que aconteceu na capital paulista. A juíza Cecília Pinheiro da Fonseca, da 3ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, Zona Oeste da cidade, marcou para 22 de setembro a audiência de instrução, debates e julgamento dos acusados, que respondem por "associação criminosa" e "corrupção de menores".
Esse é o caso dos jovens que foram detidos junto com um capital do Exército infiltrado, William Pina Botelho. Sob o codinome de "Balta Nunes", ele se infiltrou entre os manifestantes através de um aplicativo de paqueras. Ele tinha perfis falsos em que se dizia uma pessoa de esquerda e mantinha "amizade" com jovens também de esquerda, integrantes de coletivos e movimentos sociais. Há relatos, inclusive, de que Botelho frequentava reuniões de movimentos como o MTST para o espionar.
Na ocasião da detenção, Botelho foi o único que não foi levado para a delegacia .Os jovens presos foram liberados no dia seguinte depois que um juiz considerou a prisão ilegal. A polícia tentou enquadrá-los por “organização criminosa”, mas eles portavam apenas equipamentos de segurança, como máscaras e capacetes.
Pelo tamanho do aparato mobilizado pela PM, os jovens perceberam que se tratava de uma operação planejada com antecedência e desconfiaram que devia haver alguém infiltrado no grupo passando informações à polícia. Como "Balta" foi o único detido que acabou liberado logo em seguida pelos policiais, ficou claro que só podia ser ele. Botelho, inclusive, após a ação como "espião", foi promovido a major.