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Em Curitiba, juristas fazem uma simulação de um julgamento da Operação Lava Jato
Por Frédi Vasconcelos, de Curitiba
Teve início, na tarde desta sexta-feira (11), em Curitiba (PR), o Tribunal Popular da Lava Jato.
Ironizando as práticas da Operação, o início do julgamento foi marcado pelo pedido do advogado de defesa, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, da suspeição do juiz Marcelo Tadeu Lemos, por ele ser de Alagoas. Por isso, justificou o advogado de defesa, não teria jurisdição em Curitiba. A outra questão é que seria parcial. Como interpreta o juiz Sergio Moro, essas questões foram afastadas por Lemos, que se declarou apto, afinal, a justiça do Paraná pode atuar no Brasil inteiro, sem respeitar jurisdição e, assim, se declarou imparcial por “ser honesto” e ter a consciência tranquila.
Afastada a suspeição, o advogado da Lava Jato propôs encerrar o julgamento e trocá-lo por uma “delação premiada”, que seria a primeira “delação espontânea desde o início da operação” em que, entre outras coisas, entregaria em seus anexos quem faz os vazamentos para a grande mídia e por que são feitas prisões para que as delações ocorram.
O promotor Eugênio Aragão, pela acusação, afirmou que "aqui não tem delação premiada porque esse é um atalho para o trabalho da acusação”. Após a exposição, Kakay, pela Lava Jato, protestou que a operação não aceitaria esses argumentos por não estar “acostumada ao contraditório e à ampla defesa”.
Vencidas essas preliminares, foram escolhidos os jurados e iniciado o julgamento com a fala do procurador Aragão.
O tribunal popular é organizado pelo coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia e pela Frente Brasil de Juristas pela Democracia. A previsão é de que a sentença seja lida depois das 22h.