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Bolsas de pesquisa e manutenção de laboratórios e hospitais são afetadas pelo congelamento do orçamento e o cenário pode sofrer um colapso.
Da Redação*
Boa parte das instituições de ensino superior, mantida pelo governo federal, está correndo sério risco de ter suas atividades paralisadas, inclusive, antes do fim do ano. A situação é dramática, pois vai faltar dinheiro para pagamento de despesas básicas, como contas de água, luz, limpeza e segurança, além das atividades acadêmicas e de pesquisa, como manutenção de bolsas de iniciação científica, aquisição de materiais e insumos para laboratório e equipamentos. Nos últimos dois anos, os recursos das universidades federais brasileiras e os investimentos em ciência, tecnologia e inovação tiveram uma redução total de 50%.
“Trata-se do pior orçamento em 10 anos”, aponta Tamara Naiz, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). Os cortes também comprometem serviços diretos à sociedade, como o atendimento à saúde realizado nas clínicas e hospitais universitários mantidos pelas instituições federais.
“Há uma possibilidade de que, chegando a setembro ou outubro, se o governo mantiver essa diretriz, haverá instituições que serão obrigadas a suspender suas atividades”, acrescenta Virgílio Arraes, presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), citando o exemplo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) (foto), que já foi uma das melhores instituições do país, mas atualmente vive uma grave crise financeira, com salários atrasados e suspensão do ano letivo. “Educação e saúde não são responsáveis pela crise econômica, mas sempre são punidas por isso”, lamenta Arraes. “Esperamos que não se repita no restante do país a situação vivida pela UERJ”, completa.
*Com informações do Brasil de Fato
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil/Fotos Públicas