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Em depoimento à PGR, ex-superintendente do Ministério da Agricultura diz que esquema descoberto na Operação Carne Fraca abasteceu as campanhas dos deputados Osmar Serraglio, Hermes Parcianello, João Arruda e Sergio Souza, do PMDB do Paraná
Por Redação Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, PGR, em negociação de delação premiada, o ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho, investigado na Operação Carne Fraca, disse que parte dos recursos desviados pelo esquema abasteceram as campanhas dos quatro deputados federais da bancada do PMDB no estado. São citados Osmar Serraglio, Hermes Parcianello, João Arruda e Sergio Souza.
Coincidentemente, esses deputados assinaram, em 2015, pedido à ex-ministra Kátia Abreu para indicar Daniel ao cargo de superintendente, que ocupara antes, e foram atendidos. Segundo o juiz Marcos Josegrei da Silva, que julga os processos da Carne Fraca, Daniel é "líder e principal articulador do bando criminoso".
Em telefonema gravado com autorização da Justiça, Serraglio é chamado de "grande chefe" por Daniel Gonçalves Filho.
OSMAR SERRAGLIO: Grande chefe, tudo bom?
GONÇALVES FILHO: Tudo bom
OSMAR SERRAGLIO: Viu? Tá tendo um problema lá em Iporã, cê tá sabendo?
GONÇALVES FILHO: Não.
OSMAR SERRAGLIO: O cara lá, que... o cara que tá fiscalizando lá... apavorou o Paulo lá, disse que hoje vai fechar aquele frigorífico... Botô a boca, deixou o Paulo apavorado! Mas para fechar tem o rito, não tem? Sei lá. Como que funciona um negócio desse?
Na acusação da Operação Carne Fraca, os investigadores apontam que Daniel comandava ao menos oito fiscais e outros subordinados que facilitavam a produção de alimentos adulterados por parte de frigoríficos e emitiam certificados sanitários sem fazer realmente a fiscalização.