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O dono da JBS estava ouvindo a emissora no carro pouco antes do encontro com Temer e, quando voltou, o rádio ainda estava ligado. Locutor da estação, pelos registros, garante que o tempo da gravação bate com a da transmissão e que, por isso, não houve cortes, como sugere Temer
Por Redação
O presidente Michel Temer, nos dois pronunciamentos que fez após vir à tona a delação e as gravações feitas por Joesley Batista, dono da JBS, negou as acusações de que tenham dado aval para comprar o silêncio de Eduardo Cunha e solicitou a suspensão da abertura de inquérito no STF que o investiga por obstrução da Justiça até que se comprove a autenticidade do áudio. De acordo com Temer, que encaminhou a gravação para perícia, o conteúdo teria sido editado.
A gravação revela que o empresário da JBS estava, no dia 7 de março, ouvindo a rádio CBN em seu carro, pouco antes de se encontrar com Temer. Após a reunião, a gravação ainda estava ativa e, ao voltar para o carro, o rádio ainda estava sintonizado na emissora.
Com base nos registros da transmissão do programa "Nos Acréscismos", o locutor da emissora garantiu que não houve edição no conteúdo da gravação.
"É possível determinar que o tempo de gravação é de 38 minutos, o tempo da conversa entre Joesley chegar e sair da casa do presidente foi de 38 minutos, e esse tempo é a íntegra do áudio divulgado na quinta-feira e que comprova que o material não teve nenhuma edição. Portanto, a gente percebe que não teve edição na gravação que foi divulgada, colocada aí do início ao fim", disse, ao jornal O Globo, o locutor Milton Jung.
É importante ressaltar que a CBN é uma emissora da Globo, grupo que divulgou o áudio e que vem deixando claro seu apoio a uma renúncia de Temer.
Peritos contratados pelo jornal Folha de S. Paulo disseram que a gravação sofreu ao menos 50 edições. O empresário Joesley Batista, por sua vez, prometeu divulgar uma cópia com a íntegra do áudio, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo.