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As nove vítimas de uma chacina ocorrida na última quinta-feira (20) num assentamento em Colniza (MT) foram mortas com tiros e facadas. Uma das suspeitas é que as mortes tenham sido encomendadas por fazendeiros da região. Um pastor evangélico está entre as pessoas que foram assassinadas.
Da Redação com Informações
Os corpos das nove pessoas que foram assassinadas em uma área rural no município de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá, durante um ataque por disputa de terras na quinta-feira (20), foram transportados e chegaram à cidade por volta de 9h [horário de Mato Grosso] deste sábado (22). As vítimas foram mortas com tiros e facadas. Uma das suspeitas é que as mortes tenham sido encomendadas por fazendeiros da região.
Segundo a Polícia Civil, forças policiais e peritos fizeram o transporte dos corpos desde a madrugada. A Polícia Civil do Mato Grosso começou, na manhã deste sábado (22), a identificação dos corpos das vítimas no cemitério da cidade, quase dois dias depois da chacina.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, órgão ligado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), a identificação está sendo feita numa sala improvisada do cemitério, já que a cidade não tem IML (Instituto Médico Legal). Familiares aguardam do lado de fora por informações. A Comissão qualifica o crime como um "massacre" e diz que o lugar tem histórico de conflitos agrários.
De acordo com a polícia, os nomes das vítimas só serão divulgados após a identificação de todos os corpos, o que deve ocorrer até o final da tarde deste sábado.
Por volta de 2h, a equipe passou por uma base da Polícia Militar no Distrito de Guariba, em Colniza, e seguiu para a cidade. De acordo com a Polícia Civil, um pastor evangélico está entre as pessoas que foram assassinadas. Seis pessoas eram de Colniza e três eram de Rondônia. Há sinais de tiros e facadas nos corpos.
“[Alguns] são oriundos do estado de Rondônia e todos eles eram membros de uma igreja”, disse o delegado José Carlos de Almeida Júnior.
Três peritos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foram enviados na sexta-feira (21) para ajudar na identificação dos corpos. O trabalho dos peritos deve ser feito em uma base improvisada ainda em Colniza. Ainda não há informações sobre o velório das vítimas.
Chacina
Inicialmente, ainda na quinta-feira, a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT) tinha informações de que sete pessoas tinham morrido no ataque. O número oficial, de nove mortes, foi confirmado na sexta-feira. Um grupo encapuzado invadiu a área e atirou contra as famílias que moram no local.
As vítimas da chacina, segundo o governo, são todas do sexo masculino e não há crianças entre os mortos. A confirmação do número de mortos foi feito após a chegada de forças policiais no local do crime. De acordo com o governo, a suspeita é que os autores do crime sejam capangas de fazendeiros da região.
A área chamada de Taquaruçu do Norte, segundo a Sesp-MT, fica a 250 km da cidade e é de difícil acesso. Para chegar ao local, os policiais devem seguir em barcos pelo Rio Roosevelt. A área não possui sinal de telefone e internet. Equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil foram deslocadas para o local do crime.
O local do crime fica em uma área de conflito agrário e, de acordo com a Sesp-MT, abriga cerca de 100 famílias.