Escrito en
BRASIL
el
Edvaldo da Silva Alves, de 19 anos, foi executado pela Polícia Militar em protesto pacífico ocorrido no município de Itambé (PE); caso mobilizou a comunidade em busca de justiça
Por Pedro de Paula, colaborador da Rede Fórum de Jornalismo
Ronaldo Jordão, advogado da família de Edvaldo da Silva Alves, de 19 anos, morto após ser alvejado com um tiro disparado pela Polícia Militar em Itambé (PE), afirma com indignação que não foi escrito o motivo da morte na certidão de óbito do rapaz. "Consta na certidão que a causa do falecimento será definida a posteriori por parte do Hospital Miguel Arraes, no município do Paulista, em Pernambuco. Este atraso na divulgação do laudo dificulta a abertura de ação judicial contra o Estado", reclamou.
Edvaldo foi atingido na altura da virilha, à queima-roupa, no dia 17 de março durante um protesto justamente contra a violência na cidade. A PM alega que se tratava de bala de borracha. Edvaldo morreu na madrugada da última terça-feira (11). O velório ocorreu na quarta (12) no Ginásio de Esportes José Mendes Júnior e mobilizou a comunidade. Uma multidão seguiu para o cemitério municipal para prestar as últimas homenagens ao jovem.
Diante da repercussão, o advogado Ronaldo Jordão afirma estar sendo coagido por estar à frente do caso. "Há uma denúncia junto à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), referente a intimidação e ameaça", explicou. "A notificação foi feita por um colega de profissão que telefonou demonstrando certa preocupação, dando-me ciência da ameaça, onde diziam que eu teria que me afastar do caso, pois envolve policiais", continuou. Segundo ele, o governo do estado não deu qualquer apoio aos familiares, nem mesmo para o funeral.
Foto de capa: Acervo pessoal