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A Tropa de Choque da Polícia Militar, convocada pela reitoria da Universidade, protagonizou uma ação truculenta contra trabalhadores, estudantes e professores, que protestavam contra votação de uma proposta que vai da imposição de teto de gastos à demissão de funcionários. Bombas e cassetetes foram usados; uma trabalhadora está no hospital
Por Ivan Longo
[caption id="attachment_99118" align="alignleft" width="220"] Diana, do Situsp, é atendida no hospital após ser ferida com cassetete por um PM. (Foto: Sintusp)[/caption]
A Polícia Militar do Estado de São Paulo reprimiu violentamente um protesto de estudantes, funcionários e professores da Universidade de São Paulo (USP) na tarde desta terça-feira (7). Acionada pela reitoria da instituição, a Tropa de Choque da PM atacou os manifestantes com bombas de efeito moral, de gás e com cassetetes. Há relatos de dezenas de feridos e feridas sendo que uma delas, Diana Assunção, Secretária de Mulheres do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), foi encaminhada ao Hospital Universitário para dar pontos em um ferimento na cabeça decorrente de um golpe de cassetete.
Os trabalhadores, apoiados pelos estudantes, protestavam em frente ao prédio da reitoria por conta de uma votação do Conselho Universitário, marcada para hoje, que discutiria propostas estabelecendo teto de gastos para a instituição e medidas que vão do não pagamento de reajustes à demissão de funcionários.
Um professor da instituição que Fórum optou por não identificar por razões de segurança contou que a principal proposta a ser votada tem como centro limitar os gastos com folhas de pagamento a 80% da receita e, caso esse percentual não seja superado, autoriza a reitoria a não conceder reajuste salarial e realizar demissões.
"Atualmente. segundo a reitoria, a folha representa 96% da receita e a ideia é que ate 2022 se corte 5% ao ano, e as medidas, incluindo demissões, serão tomadas para chegar a esses 5% de corte anual", disse o professor.
Outras medidas de contenção financeira que vem prejudicando professores e funcionários já vêm sendo adotadas pela atual reitoria há meses, como o fechamento da creche universitária e a terceirização de diversos serviços essenciais à universidade.
O professor relatou à Fórum que ao menos 4 pessoas foram detidas e que a situação no campus universitário, neste momento, é "tensa".
"A USP virou uma praça de guerra como não se via desde o regime militar", afirmou.
Até o momento a Polícia Militar não se pronunciou sobre a ação.
Confira, abaixo, registro de um dos momentos do ataque gravado pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).